Em 2021, a Mercedes anunciou o seu plano para os próximos anos e, nele, os modelos com baterias recarregáveis, ou seja, os híbridos plug-in (PHEV) e os 100% eléctricos (EV), representariam 50% do total das vendas em 2025. Porém, no início de 2024, o reputado construtor germânico admitiu ter sido demasiado optimista em relação às novas tecnologias para reduzir o consumo e as emissões e fez derrapar os objectivos de 50% das vendas de eléctricos e electrificados para 2030.



PUB — Farto de pesquisas que não levam a lado nenhum? Vamos ajudá-lo a escolher o automóvel perfeito para si


O anúncio das novas metas ocorreu durante a apresentação dos resultados de 2023, destinada a investidores, com o construtor a prever 50% de eléctricos e PHEV para o final da década. Simultaneamente, o CEO da empresa, Ola Källenius, admitiu que os modelos com motores de combustão continuarão a ser a espinha dorsal da companhia, em termos de margens de lucro.

Källenius defendeu que a paridade entre modelos com motores de combustão e veículos eléctricos “está ainda a muitos anos de distância”, apresentando dados que confirmam que a Mercedes não será capaz de “reduzir o custo de produção dos veículos eléctricos para os valores dos modelos a combustão até 2030”. Isto já considerando a introdução da norma Euro 7, que elevará ainda mais os custos de produção dos modelos com motores a gasolina.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Durante os 12 meses de 2023, a marca da estrela comercializou 401.943 unidades de PHEV e EV, o que representa um incremento de 20,5% face a 2022. Se analisarmos a repartição entre PHEV e EV, então vemos que os híbridos plug-in venderam menos 12,5%  do que no ano anterior (caindo para 161.275 veículos), enquanto os eléctricos incrementaram a procura em 61,3%, para 240.668 unidades.

A Mercedes (automóveis) manterá o seu novo rumo, que vai elevar lentamente os EV e PHEV dos 19,7% das vendas que representaram em 2023, para 50% dentro de sete anos. Contudo, não deixa de ser estranho que alguns construtores tradicionais continuem a duvidar da rentabilidade dos veículos eléctricos, que são efectivamente o segmento em que a procura mais cresce, tendência que promete continuar a acelerar. Basta comparar os lucros do Mercedes Group (inclui furgões e Smart) em 2023, ano em que comercializou 2.491.600 unidades contra 1.808.581 da Tesla, que apenas vende modelos a bateria e com um preço médio inferior, o que não a impediu de registar lucros de 15,4 mil milhões de euros, contra 19,7 mil milhões da Mercedes (14,3 mil milhões se considerarmos apenas os automóveis da marca) no mesmo período. E este construtor germânico, que figura entre os mais reputados do mercado, teve em 2023 apenas 11,7% das vendas de automóveis representadas por veículos exclusivamente a bateria.