O porta-voz do Livre Rui Tavares mostrou-se esta segunda-feira convicto de que a esquerda vai ganhar as próximas legislativas mas avisou que pode ganhar “melhor ou pior”, pedindo um voto que “não deixe tudo na mesma”.

“A esquerda pode e deve ganhar estas eleições, a esquerda pode ser o contraforte contra as tentações autoritárias de alguns, mas também sabemos que a esquerda pode ganhar estas eleições melhor ou pior. Pode ganhar tendo aprendido alguma coisa dos erros e insuficiências do passado ou não tendo aprendido nada. Pode ganhar com taticismo ou com uma estratégia de futuro”, defendeu Rui Tavares.

Esta posição do deputado único do Livre foi transmitida numa sessão pública em Almada, com os candidatos pelo círculo eleitoral de Setúbal, na Livraria Casa das Artes, na primeira iniciativa desde o arranque da campanha na qual o dirigente fez um discurso e não apenas declarações à margem.

Com os habituais alertas sobre a extrema-direita, Tavares procurou insistiu em distinguir o Livre de outras forças políticas à esquerda como o PS, BE ou PCP, numa altura em que os apelos ao voto útil se multiplicam.

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O deputado fez referência a uma das propostas do programa eleitoral, a “herança social”, que visa permitir a um jovem entre os 18 e 35 anos aceder a uma quantia que pode ter origem na taxação de “grandes heranças” ou através da rentabilização de certificados de aforro.

Sem nunca nomear o BE, Tavares mencionou-o indiretamente, dizendo que alguns partidos à esquerda já criticaram esta proposta: “Esta é uma ideia que aparentemente não entra bem no dogma, na cartilha e desconfiam dela porque é nova”.

“O Livre não tem medo de propor o que é novo, não tem medo de convencer as pessoas de que é preciso apostar naquilo que é novo e construir o estado social, ambiental e democrático digno do século XXI”, contrapôs.

Tavares terminou o discurso manifestando confiança numa vitória da esquerda mas pedindo um reforço do Livre.

“Daqui até dia 10 é a esquerda a ganhar estas eleições, mas é um voto na esquerda que não deixa tudo na mesma, esse é um voto no Livre”, apelou.