A Suécia tornou-se esta quinta-feira oficialmente o 32º membro da NATO, depois de cumpridas todas as formalidades para a sua integração na organização militar, com a Hungria a depositar o protocolo de adesão em Washington.
O embaixador da Hungria nos Estados Unidos entregou esta quarta-feira ao Departamento de Estado em Washington os documentos oficiais de ratificação da adesão da Suécia à NATO, recentemente aprovada pelo parlamento húngaro, permitindo ao governo sueco apresentar ao chefe da diplomacia norte-americana o instrumento de acesso.
“Hoje dei instruções ao embaixador da nossa pátria em Washington para entregar o documento de ratificação, tendo a Hungria cumprido todas as suas tarefas para a adesão da Suécia à NATO”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó.
Em Washington, o primeiro-ministro sueco declarou que a adesão da Suécia à NATO é “uma vitória da liberdade”. O país “fez uma escolha livre, democrática, soberana e unida para aderir à NATO”, declarou Ulf Kristersson, ao lado do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a quem entregou o instrumento de acesso à NATO, formalizando a entrada do seu país como 32.º membro da organização.
“Este é um momento histórico para a Suécia. É histórico para a aliança. É histórico para a relação transatlântica”, afirmou Antony Blinken. “A nossa aliança da NATO é agora mais forte e maior do que alguma vez foi”, acrescentou o governante norte-americana.
Ainda nos EUA, Joe Biden afirmou que Vladimir Putin “quis dividir” a aliança atlântica mas que esta está “mais unida e determinada” do que nunca: “Quando Putin lançou a sua guerra brutal de agressão contra o povo da Ucrânia, ele pensou que poderia enfraquecer a Europa e dividir a NATO”, começou por dizer o líder norte-americano, acrescentando: “Em vez disso, em maio de 2022, a Suécia e a Finlândia — dois dos nossos parceiros próximos, com duas forças armadas altamente capazes — tomaram a decisão histórica de solicitar a adesão plena à NATO.”
A organização “está mais unida, determinada e dinâmica do que nunca — agora com 32 nações fortes”, concluiu.
Em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa felicitou o Rei Carlos XVI Gustavo e considerou que “o alargamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte à Suécia, que se concretizou hoje, 7 de março, representa um sólido reforço de uma estrutura que tem sido fundamental em matéria de segurança e defesa coletiva e de manutenção da Paz”.
“Portugal, que apoiou sem reservas, de forma convicta e decidida a adesão da Suécia à NATO, congratula-se por este histórico alargamento, na firme certeza de que a integração do seu mais recente membro contribuirá para reforçar o pilar europeu de defesa no seio da Aliança Atlântica”.
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, sublinhou que começa uma “nova era de colaboração e segurança” entre os Estados-membros. “Inicia-se agora uma nova era de colaboração e segurança para a Suécia e para os seus Aliados”, acrescentou João Gomes Cravinho, que deixou saudações em sueco, português e inglês.
Também o Ministério da Defesa português publicou uma mensagem no X: “Mais um passo importante no reforço da segurança e defesa da Aliança. Bem-vinda Suécia”, pode ler-se na nota do ministério liderado por Helena Carreiras.
Na Ucrânia, Volodymyr Zelensky afirmou que a Suécia fica agora “mais protegida contra o mal russo”, e mostrou-se confiante de que “chegará o dia em que a Suécia poderá felicitar a Ucrânia pela adesão à Aliança.”
“Todos beneficiam quando a segurança de um país melhora e esse país pode realmente reforçar a segurança partilhada”, disse Volodymyr Zelensky num vídeo partilhado no X.
“Neste momento, no meio da agressão russa contra tudo o que manteve a Europa pacífica e unida, todos compreendem quão crítico é manter alianças e parcerias, reforçar a própria segurança e cuidar da segurança dos vizinhos”, acrescentou.
Termina assim o que deveria ser um processo “expresso”, mas que acabou por demorar 22 meses devido às reticências da Turquia e da Hungria sobre a adesão da Suécia.