Navios russos da Frota do Pacífico chegaram esta segunda-feira ao porto iraniano de Chabahar para participar em exercícios navais conjuntos com o Irão e a China, anunciou o Ministério da Defesa da Rússia.
Denominados “Maritime Security Strip 2024”, os exercícios terão início na terça-feira, no Golfo de Omã, noticiou a agência espanhola EFE.
A força naval russa é liderada pelo cruzador de mísseis “Variag”, navio-almirante da Frota do Pacífico, acompanhado pela fragata antissubmarino “Marshal Shaposhnikov”.
“A parte prática do exercício terá lugar nas águas do Golfo de Omã, no Mar Arábico. O principal objetivo das manobras é trabalhar para garantir a segurança das atividades económicas marítimas”, disse o ministério russo.
Representantes das marinhas do Azerbaijão, Índia, Cazaquistão, Paquistão, Omã e África do Sul participarão nos exercícios como observadores. Trata-se dos quintos exercícios navais russo-chineses-iranianos realizados no Golfo de Omã.
A chegada dos navios ao porto iraniano coincidiu com notícias publicadas na imprensa russa sobre a demissão do comandante-chefe da Marinha, almirante Nikolai Yevmov, na sequência do afundamento de vários navios por drones navais (aparelhos não tripulados) ucranianos.
O diário Izvestia e o portal Fontanka noticiaram no domingo que Yevmov foi substituído pelo comandante-chefe da Frota do Norte, almirante Alexander Moiseyev.
O porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, recusou-se esta segunda-feira a comentar as notícias. “Existem decretos confidenciais. Não os posso comentar. Não houve decretos públicos sobre este assunto”, justificou Peskov.
A nomeação de um novo comandante da frota russa é normalmente anunciada por decreto presidencial. A confirmar-se a substituição, trata-se de uma importante remodelação no seio do comando militar russo.
Em dois anos de guerra, a Ucrânia obteve uma série de êxitos no Mar Negro que permitiram a reabertura de um corredor marítimo para a exportação dos seus cereais, desafiando as ameaças de bombardeamento da Rússia.
O Exército ucraniano afirmou, no início de fevereiro, que desativou cerca de um terço dos navios de guerra russos no Mar Negro.