Sete militantes e ex-militantes sociais-democratas, com Rui Gomes da Silva à cabeça, exigem a Luís Montenegro que faça um acordo com André Ventura para quatro anos de forma a garantir um “governo estável” que coloque “os interesses de Portugal em primeiro lugar”. “Quem não o quiser entender, quem não quiser dialogar, quem não quiser construir uma verdadeira alternativa não socialista para Portugal, estará a fazer o jogo da esquerda, e desse lado, nós e muitos Portugueses, nunca estaremos”, pressionam.
Os subscritores do manifesto “Portugal em Primeiro” defendem que os “resultados eleitorais foram claros” e que “os portugueses disseram o que não queriam continuar a ser governados pela esquerda”, dando o “maior resultado, desde 1991, ao espaço não socialista em Portugal”. Depois, argumentam que se Montenegro foi claro ao dizer que não contava com o Chega, os eleitores também o foram: “Demonstraram confiar na AD para liderar o governo, mas também disseram, que a AD não o devia fazer sozinho, e que para tal teria de encontrar, no espaço não socialista, uma solução para garantir a estabilidade necessária”.
Por isso, entendem, é preciso “colocar Portugal em primeiro lugar”, “foco, responsabilidade e sentido de Estado”. “É preciso entender a importância de construir um governo estável, com uma maioria sólida, que possa fazer as reformas que o País precisa. É importante lembrar que a alternativa é termos governos sem estabilidade e de curto prazo que em nada servirão os interesses do País.”
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“Para tudo isto, é imperativo uma solução governativa à direita, sem medos e muito menos condicionada por aquilo que deseja a extrema esquerda. É num PSD com esta visão que acreditamos, como força agregadora e líder do espaço não socialista”, alegam, antes de concretizarem o desafio a Luís Montenegro.
“Quem não o quiser entender, quem não quiser dialogar, quem não quiser construir uma verdadeira alternativa não socialista para Portugal, estará a fazer o jogo da esquerda, e desse lado, nós e muitos portugueses, nunca estaremos. Só um acordo, que garanta um governo estável, com compromissos sólidos para quatro anos, coloca os interesses de Portugal em primeiro lugar.”
Recorde-se que Rui Gomes da Silva, antigo ministro de Pedro Santana Lopes, foi um dos citados por André Ventura quando desafiado a esclarecer quem eram as “forças vivas” do PSD que lhe garantiam que existiria um acordo entre PSD e Chega independentemente da vontade de Luís Montenegro — contactos que, ao contrário dos outros visados, Gomes da Silva confirmou.
Além do antigo dirigente do Sport Lisboa e Benfica, subscrevem este manifesto Miguel Côrte-Real, líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal do Porto, Paulo Ramalheira Teixeira, ex-presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva e antigo dirigente social-democrata; o médico Manuel Pinto Coelho, figura próxima de Pedro Santana Lopes e militante do PSD; João Saracho de Almeida, antigo autarca e dirigente nacional da JSD e PSD; Susana Faria, ex-autarca, presidente da JSD Felgueiras, dirigente local e distrital do PSD; e Paulo Jorge Teixeira, deputado municipal e antigo presidente da Assembleia de Freguesia de
Paranhos, Porto.
Artigo atualizado às 12h56 de terça-feira com a precisão de que alguns dos subscritores já não são, neste momento, militantes ativos do PSD.