Companhias históricas do teatro português foram convidadas, no âmbito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a apresentarem propostas de espetáculos que contribuam “para a consciência pública do papel que o teatro desempenhou na transição democrática”.

De acordo com a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de abril, num comunicado divulgado esta quarta-feira, o convite foi dirigido a companhias de teatro “com atividade no período da Revolução, e que nasceram ou se consolidaram nesse período: Companhia de Teatro de Almada, A Barraca, O Bando, Centro Dramático de Évora, Comuna — Teatro de Pesquisa, Novo Grupo de Teatro — Teatro Aberto, Seiva Trupe — Teatro Vivo, Teatro de Animação de Setúbal, Teatro Experimental de Cascais e Teatro Experimental do Porto”.

Os projetos apresentados, que podem ser novas criações ou reposições, serão avaliados pela Direção-Geral das Artes (DGArtes) e executados até 2025, sendo atribuído um apoio total de 550 mil euros a estas entidades, através do Fundo de Fomento Cultural. “A proposta a apresentar por estas entidades deve abordar temas como a liberdade, a censura e a história da democracia portuguesa. Cada espetáculo deverá ser apresentado em, pelo menos, três equipamentos afetos à Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses”, lê-se no comunicado.

Em paralelo, o Museu Nacional do Teatro e da Dança, em Lisboa irá delinear uma exposição “sobre a interação das companhias históricas com o período pós-25 de Abril e o papel do teatro na transição democrática do país”, que terá uma versão itinerante, para ser exibida nos espaços onde serão apresentados os espetáculos.

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O protocolo que formaliza o convite às dez “companhias de teatro históricas” é assinado esta quarta-feira, Dia Mundial do Teatro, no Museu Nacional do Teatro e da Dança, numa cerimónia presidida pelo ainda ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril tiveram início em março de 2022 e vão decorrer até 2026, “tendo como objetivo reforçar a memória e enfatizar a relevância atual destes acontecimentos na construção e afirmação da democracia”.

O período inicial das comemorações foi dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar que levou à queda da ditadura.

Este ano começaram a ser abordados os três “D” do programa do Movimento das Forças Armadas (MFA): Descolonizar, Democratizar, Desenvolver.