Jornalistas e empresas de comunicação social sofreram um ataque a cada três dias no Brasil em 2023, de acordo com levantamento divulgado esta sexta-feira pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

O relatório contabilizou 111 casos de violência não letal, envolvendo pelo menos 163 jornalistas e veículos de comunicação social. “Apesar da redução de 19% no número de registos e de 23,11% na quantidade de vítimas, os números apontam que a cada três dias a imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque”, apontou a organização.

O levantamento também informou que um profissional de comunicação foi morto após receber ameaças pelas denúncias que publicava num blog sobre irregularidades no município onde vivia em 2023.

De acordo com a Abert, as agressões físicas lideraram os registos de violações ao trabalho jornalístico. Pelo menos 45 casos foram contabilizados, 40% do total. O número de profissionais que foram alvo de agressões subiu para 80, um aumento de 8,11% face ao ano anterior. Os casos de atentados cresceram 50%, os de injúria subiram 200% e os furtos aumentaram 600%.

Já as ameaças a comunicadores e censuras mantiveram-se estáveis face a 2022. Entre as violências não letais com redução de casos estão intimidações (-56%), ofensas (-68%), ataques e vandalismos (-40%) e crimes de importunação sexual (-25%).

A Abert citou um levantamento da Bites, uma empresa de análise de dados para decisões estratégicas, que revelou que, apesar da queda no número de agressões virtuais dirigidas aos profissionais e veículos de comunicação social em 2023, a imprensa brasileira sofreu 2,9 mil ataques por dia, ou dois ataques por minuto, nas redes sociais.

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