O presidente da IL considerou, esta terça-feira, que os projetos de resolução anunciados por PCP e BE para a rejeição do Programa de Estabilidade (PE) 2024-2028 são “pouco avisadas”, dando a entender que não deverá viabilizá-los.
“Nós, como sempre, analisaremos caso a caso e, portanto, não nos pronunciaremos sem conhecer o conteúdo dessas iniciativas. Mas devo desde já dizer também que iniciativas que visam chumbar este Programa de Estabilidade parecem-me, da mesma maneira que as moções que foram apresentadas por exemplo pelo PCP relativamente ao programa do Governo, parecem-nos pouco avisadas”, afirmou Rui Rocha.
O líder liberal falava aos jornalistas durante uma visita à Sagalexpo, certame dedicado à exportação de produtos alimentares portugueses, em Lisboa.
“Uma coisa é discutir o conteúdo deste programa, outra coisa é fazer propostas para o melhorar, para o alterar em função da realidade, outra coisa é anunciar já uma resolução no sentido de o chumbar. Não me parece que isso seja a melhor interpretação democrática do momento que estamos a viver”, defendeu.
Rui Rocha anunciou que a IL vai “apresentar um projeto de resolução que visa refletir no Programa de Estabilidade o cenário macroeconómico que a AD apresentou no seu programa eleitoral”.
“Não faz nenhum sentido que a AD apresente um Programa de Estabilidade que não reflete o seu programa eleitoral”, defendeu.
O presidente da IL considerou que o Governo não incluiu o seu cenário macroeconómico no Programa de Estabilidade porque “não é capaz de o cumprir”.
“E se tivesse agora a apresentar um Programa de Estabilidade corrigido pelas medidas e pelo impacto das medidas, tornar-se-ia já evidente que, por exemplo, em 2025 não vai haver um crescimento económico em linha com aquilo que era o programa da AD. E, portanto, eu só posso interpretar esta apresentação de um Programa de Estabilidade, que é o de Fernando Medina [ex-ministro das Finanças], se a AD quiser evitar agora demonstrar já publicamente que as previsões que fez não são previsões que possam ser cumpridas com o programa de governo que apresentou”, acusou.
“Nós tivemos oito anos de governação socialista e estávamos habituados na governação socialista a todas estas tentativas de adiar, de enganar, de omitir. Não esperamos que isso aconteça num Governo da AD”, criticou.
O líder da IL acusou ainda o Governo de “falta capacidade reformista” e de “falta de ambição”.
“Nós estamos no parlamento com essa energia reformista e para exigir do governo da AD essas mudanças que por si vai mostrando que não é capaz de fazer”, garantiu.
Rui Rocha disse ainda que “mantém-se aberta” a porta do diálogo entre a AD e a IL, mas alertou que “essa disponibilidade para o diálogo não significa que a IL prescinda de ser uma oposição exigente”.