Milhares manifestaram-se pelo terceiro dia consecutivo defronte do parlamento da Geórgia para exigir a rejeição do projeto de lei conhecido como lei dos agentes estrangeiros, promovido pelo partido no poder e aprovado esta quarta-feira numa primeira votação.
“Pelo terceiro dia, os protestos dignos contra a lei russa continuam”, escreveu a Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, nas redes sociais, numa nova manifestação de apoio aos protestos.
Third night of dignified protest against the adoption of the Russian law! On one side the people of Georgia , on the other 83 MP’s who voted against our European future. The people always win!
— Salome Zourabichvili (@Zourabichvili_S) April 17, 2024
Os manifestantes voltaram a reunir-se na avenida central Rustaveli, na capital da Geórgia, entre gritos de “Não à lei russa!” e “Sim à Europa, Não à Rússia!” e bandeiras da União Europeia e da Geórgia.
Os manifestantes, jovens na sua maioria, exigiram que o parlamento retirasse o projeto de lei até às 23h00 locais (20h00 em Lisboa), embora não tenha deixado claro o que farão caso isso não aconteça.
Em contraste com os dias anteriores, há muito menos polícias em frente ao parlamento, o que levou um dos líderes do Movimento Nacional Unido da oposição, Georgy Baramidze, a alertar para uma possível provocação.
O Parlamento da Geórgia aprovou esta quarta-feira a controversa lei em primeira leitura, com 83 votos a favor, dos 76 necessários.
“De um lado está o povo da Geórgia, do outro, 83 deputados que votaram contra o nosso futuro europeu. O povo ganha sempre!”, vincou Zurabishvili.
Em contraste com a líder georgiana, o primeiro-ministro Irakli Kobajidze defendeu esta quarta-feira o controverso projeto de lei sobre agentes estrangeiros, que provocou protestos maciços na Geórgia e foi criticado pela UE, considerando-o verdadeiramente “georgiano e europeu”.
“Não vamos alterar a nossa decisão de aprovar esta lei. Somos um Estado pequeno, mas independente e orgulhoso e não vamos dar o direito a ninguém de nos dar indicações sem argumentos”, afirmou numa conferência de imprensa na sede do governo.
“Os que se opõem à lei não têm um único argumento”, sublinhou.
“Na realidade, esta lei é corretamente europeia, porque se baseia nos principais valores europeus, a transparência e a responsabilidade”, afirmou.