O Ministério Público está a investigar a ligação de alguns funcionários do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a uma empresa privada que é responsável por formação dada ao próprio instituto. O sindicato que representa os profissionais do INEM não se mostra surpreendido.

Numa resposta enviada à Lusa, a Procuradoria-Geral da República confirma que foi aberto um inquérito no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

A investigação decorre de uma denúncia que refere, entre outras situações, a existência de responsáveis de departamentos do INEM que são igualmente responsáveis das mesmas áreas na empresa privada Ocean Medical, com sede no Taguspark, em Oeiras.

A Lusa questionou o INEM, que disse não ter conhecimento de qualquer investigação sobre esta matéria.

Em declarações à Rádio Observador, Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, fala numa prática “que é do conhecimento geral”.

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Há diversas pessoas com cargos de responsabilidade na formação do INEM, que depois, por sua vez, têm um papel também numa empresa privada que presta serviços de formação a empresas externas”, afirma Rui Lázaro.

O líder sindical acrescenta que era é uma prática que “já dura há mais de um ano”.

Ouça aqui as declarações de Rui Lázaro à Rádio Observador

Rui Lázaro: Formação INEM. “Prática já dura há mais de um ano”

Segundo a informação disponibilizada no “site” da Ocean Medical, a empresa, fundada em 2008, forma por ano mais de 6.000 pessoas.

“Para médicos e enfermeiros que procuram competências e certificação nas áreas da reanimação e trauma a Ocean Medical é recorrentemente a escolha principal”, refere a empresa.

Os formadores da Ocean Medical são médicos e enfermeiros “com experiência em reanimação, exercendo funções em serviços de urgência e/ou unidades de cuidados intensivos e emergência pré-hospitalar”, indica a informação disponível.

Atualmente, a Ocean Medical conta com mais de 200 instrutores.

Entre os vários cursos ministrados pela Ocean Medical estão, por exemplo, o de Suporte Básico de Vida e DAE para Profissionais de Saúde, Suporte Avançado de Vida Pediátrico, Abordagem, Transporte e Segurança do Doente Crítico, Avaliação da Pessoa em Situação Crítica e Tripulante de Ambulância de Socorro.

Artigo atualizado às 9h24 com a reação do presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.