Pedro Reis elege como prioridades “absolutas” do seu mandato enquanto ministro da Economia a “ética, a transparência e o combate à corrupção”. E não é por acaso. O ministro da Economia quer ver, durante os próximos quatro anos, as regras e indicações do Tribunal de Contas e da Procuradoria-Geral da República a serem seguidas “de forma permanente e cega, sem nuances“.

A relação entre a transparência, a corrupção e a economia foi tema de um workshop sobre o regime geral de prevenção da corrupção, na Secretaria-Geral da Economia, na manhã desta quinta-feira. Ao lado do presidente do Tribunal de Contas, do presidente da Autoridade da Concorrência e do inspetor-geral das Finanças, o ministro da Economia quis ser “o mais claro e prático possível“:

Se algum dia houver uma situação que vos coloque perante o dilema ou desalinhamento entre a aprovação de um projeto económico ou de investimento – por maior e mais estratégico que seja – e a potencial colisão dos princípios e das regras anti-corrupção, terá de ser o projeto ou investimento a ser sacrificado.

Um dia depois de a Operação Influencer voltar a reclamar manchetes de jornais, Pedro Reis garantiu, em tom de aviso, aos funcionários do Ministério da Economia e dos seus próprios secretários de Estado que não há qualquer “imperativo económico que se sobreponha ao primado da transparência. E que não pode haver “contradição ou conflito” entre os interesses económicos do país e a transparência.

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Aliás, a prioridade “máxima” para o novo ministro da Economia, “do primeiro ao último dia”, é uma “cruzada pela transparência” que o social-democrata acredita que vai ter um “impacto virtuoso” na economia portuguesa e na atração de investimento estrangeiro.

Pedro Reis falava na Secretaria-Geral da Economia, um dia depois de ter sido conhecida a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa sobre a Operação Influencer. Apesar de a informalidade dos contactos da Start Campus com o Governo serem censurados pelos juízes, as medidas de coação impostas foram revogadas.

A “inaptidão” do Ministério Público, as referências a António Costa e a porta aberta pela Relação aos procuradores

Foi a Operação Influencer a levar à demissão de António Costa e à queda do Governo, quando se conheceu que o ex-primeiro-ministro estava a ser alvo de uma investigação sobre projetos de lítio e hidrogénio.