Siga o nosso liveblog sobre política
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, criticou esta sexta-feira o alívio fiscal de PSD/CDS por representar apenas “ganhos residuais” e beneficiar “quem tem melhores rendimentos”, considerando que agora se percebe melhor “o truque” do Governo.
“Por falar em esperança e ambição foi o que não vimos na proposta que nos foi apresentada. Nós vamos ter ainda que analisar com mais detalhe porque tudo aquilo que saia deste Governo exige muito cuidado e muita cautela para não sermos enganados“, respondeu o líder do PS aos jornalistas sobre a proposta de alívio fiscal aprovada esta sexta-feira pelo Conselho de Ministros.
À chegada ao Largo do Rato, para o almoço dos 51 anos do PS, Pedro Nuno disse que “numa primeira avaliação rápida dá para perceber que os ganhos que os portugueses vão ter com a proposta do PSD são ganhos residuais”. “Na realidade, na vida concreta, no rendimento mensal de cada português estamos a falar de poucos euros”, disse.
De acordo com Pedro Nuno Santos, “hoje percebe-se melhor porque é que o Governo da AD tentou criar o truque de incluir na sua medida” na que já estava em vigor no Orçamento do Estado aprovado pelo antigo executivo socialista. “É porque a sua proposta não era de nenhum grande alívio fiscal”, criticou, insistindo que os “ganhos mensais que os portugueses vão ter com a medida do Governo da AD são muito irrisórios“.
Outra das críticas do secretário-geral do PS é o facto de “os ganhos maiores com esta proposta são para quem tem melhores rendimentos”.
“E essa é uma questão muito importante porque nós precisamos é de construir um Portugal mais justo, mais solidário. A nossa preocupação com a reforma que está no Orçamento do Estado é favorecer os trabalhadores que ganham menos e estas são duas visões diferentes da sociedade portuguesa”, acusou.
Pedro Nuno apontou que apesar de o executivo falar de classe média, “na realidade a pouca poupança fiscal que concretiza é superior para os de cima”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta sexta-feira que a redução das taxas de IRS vai aplicar-se a todos os rendimentos auferidos desde 1 de janeiro de 2024.
“Todas as medidas que aplicarmos do ponto de vista da diminuição de taxas vão aplicar-se a todos os rendimentos de 2024”, garantiu o líder do executivo, em conferência de imprensa, em São Bento, em Lisboa, após a reunião do Conselho de Ministros.
Luís Montenegro explicou que “a retroatividade — que juridicamente pode não ser o termo correto —, na prática, acontece para todos os rendimentos que as famílias e os portugueses possam ter auferido desde dia 1 de janeiro de 2024”.
O Conselho de Ministros aprovou esta sexta-feira a proposta que reduz as taxas do IRS até ao 8.º escalão, indicando que a medida perfaz um total de redução do imposto de 1.539 milhões de euros face a 2023.
Luís Montenegro afirmou que a redução adicional das taxas marginais aplicar-se-á a todos os escalões até ao 8.º.
Segundo a apresentação do Governo, a redução agregada será superior a três pontos percentuais (p.p.) nos 2.º e 3.º escalões, de 3 p.p. entre o 4.º e 6.º escalões e de 0,5 e 0,25 p.p. no 7.º e 8.º escalões.