“Além da vantagem, vamos matando a esperança aos outros”. A frase pertence a Rúben Amorim, colocada no contexto da atual vantagem da equipa de futebol do Sporting a cinco rondas do final da Liga, a frase poderia pertencer a Ricardo Costa, colocada no contexto da atual vantagem da equipa de andebol do Sporting a cinco rondas do final da Liga. Em dia de mais um dérbi no Pavilhão João Rocha na principal prova nacional, a formação verde e branca não faria a festa em caso de vitória frente ao Benfica mas daria outro passo muito importante para a conquista do título, o que dava o mote para nova enchente este sábado em Alvalade.

Ganhar é o dia a dia dos invencíveis: Sporting vence dérbi com o Benfica e mantém pleno no campeonato

“O Benfica tem muitas variantes de jogo e na final da Supertaça tivemos dificuldades em parar o seu 7×6, especialmente com o [Filip] Taleski a jogar à esquerda. Por força das lesões que têm tido, ele tem jogado mais e bem, sendo que essa é uma fase do jogo em que teremos de ter uma maior preocupação. Precisamos manter a concentração porque estes jogos não se decidem em dez ou 15 minutos mas sim na reta final. Temos de estar tranquilos, manter o nível de jogo, a nossa filosofia e forma de pensar, além de sermos ambiciosos. Se queremos ser campeões, não podemos vacilar nos jogos em casa. O Benfica vai dar tudo por tudo para se manter na luta do título até ao fim”, apontara o técnico leonino na antecâmara do encontro.

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“Vamos ver se o Miguel Sánchez conseguirá jogar mas perdemos o Demis Grigoras, o que faz com que não estejamos melhor em relação ao último encontro. Temos de seguir a nossa linha de dar o máximo, apesar de todos os problemas e dificuldades. Nunca vivi uma situação igual. O mais importante quando se está a lutar pelo título é tentar ganhar, sabendo que vai ser difícil, e respeitar ao máximo o clube e os adeptos. Neste ano o Sporting tem mostrado ser a equipa em melhor momento. Ganhou todos os encontros que fez mas devemos continuar a acreditar naquilo que fazemos”, salientara Jota González, treinador das águias.

A desforra está concluída e a espera acabou: Sporting conquista a Supertaça de andebol contra o Benfica

Pelo momento, pelo trajeto da atual época e pelas condicionantes físicas, o Sporting partia como favorito e o histórico recente entre os dois conjuntos também jogava a favor dos leões, que venceram as duas partidas da primeira fase do Campeonato e a final da Supertaça na presente temporada, aumentando para cinco o número de triunfos consecutivos em dérbis. Agora, quando se podia ainda esperar uma tentativa de reação dos encarnados, aquilo que se viu foi o encontro mais desequilibrado dos últimos anos entre aos rivais lisboetas, com o Sporting a golear depois de levar uma vantagem de dez golos para o intervalo e a alcançar de forma fácil o 23.º triunfo noutros tantos jogos na Liga, ficando a um pequeno passo do título que até pode ser “carimbado” no próximo fim de semana no Dragão, depois da primeira mão dos quartos da EHF, sendo que o FC Porto, após o triunfo em Braga com o ABC, continua a sonhar com a revalidação do troféu.

O início do encontro ainda deu uma imagem enganadora sobre o que se seguiria: vantagens de apenas um golo (com Martim Costa a marcar os três primeiros), os encarnados a passarem para a frente por 4-3, os leões a voltarem para a liderança no dobrar dos dez minutos iniciais (7-6). Depois, o jogo “acabou”: o Benfica foi somando erros atrás de erros no ataque também pela boa defesa verde e branca, os visitados puderam fazer o jogo que mais gostam em transições rápidas e a vantagem disparou para números impensáveis antes do jogo, com o Sporting a chegar aos nove golos de vantagem aos 25′ em mais um golo marcado atrás do meio-campo aproveitando a troca de Capdeville (20-11). Os encarnados “pediam” o intervalo para terem um momento de paragem para arrumar ideias mas o mesmo chegou com um peso demasiado grande perante o 23-13.

Como seria de esperar, o segundo tempo teve menos motivos de interesse. Já a pensar na partida da próxima terça-feira frente ao Rhein-Neckar Lowen na Alemanha, a contar para a primeira mão dos quartos da Taça EHF, Ricardo Costa foi aproveitando para rodar todo o plantel mas nem por isso o Benfica teve margem para grandes reduções na desvantagem que trazia do intervalo, deixando uma imagem demasiado modesta no Pavilhão João Rocha mesmo perante as baixas que se fizeram sentir no plantel. Foi assim que o encontro foi caminhando para o seu final, com os leões a fecharem o triunfo com uns claros 37-28 frente a um conjunto encarnados que teve Gustavo Capdeville em destaque na baliza entre os testes ofensivos em 7×6.