Pode parecer estranho, mas a Mercedes efectivamente concebeu e testou um EQS, uma luxuosa berlina com cinco metros de comprimento, equipado com um pequeno motor a gasolina com apenas dois cilindros e 1000 cc. Esta unidade não visava locomover o imponente veículo, mas sim accionar um gerador para alimentar a bateria, resolvendo assim as limitações impostas pela menor autonomia dos veículos eléctricos.
Para os clientes habituados a percorrer mais de 800 km numa berlina topo de gama, a um ritmo vivo e mesmo com o carro carregado, os eléctricos equivalentes podem ser decepcionantes, pois já têm dificuldade em cumprir a autonomia anunciada em condições normais, com a agravante desta cair se adicionamos carga ao veículo e o obrigamos a um ritmo mais vivo, ainda que dentro dos limites legais. Terá sido eventualmente este o motivo que levou a Mercedes a testar um EQS eléctrico convencional, mas alterado de forma a acomodar no seu interior um pequeno motor a gasolina destinado a produzir energia para armazenar na bateria.
Um responsável da empresa alemã confirmou à britânica Autocar a existência deste protótipo de teste, para perceber até que ponto era viável tecnicamente e não beliscava o requinte da berlina. O pequeno bicilíndrico foi instalado no capot dianteiro, com o escape a sair sob o motor a combustão, certamente para limitar o ruído e vibrações que pudessem chegar ao habitáculo.
De acordo com a mesma fonte, depois de testar este range extender (extensor de autonomia), a Mercedes concluiu que o sistema “era uma solução transitória” e que “permitiria apenas benefícios de curto prazo em termos de vendas”. Mas nem tudo seriam rosas, uma vez que, sempre de acordo com quadros da marca, o extensor de autonomia iria “elevar os custos de produção”.
De recordar que a BMW introduziu esta solução no i3 REX, de range extender, solução já abandonada pela marca alemã, mas que a Mazda ainda utiliza no MX-30 eSkyactiv R-EV.