A noite de segunda-feira voltou a ser marcada na campanha do FC Porto pelas intervenções públicas de dois dos três candidatos. André Villas-Boas, à semelhança do que acontecera com Pinto da Costa, deu uma agora uma entrevista que começou na SIC e passou depois para a SIC Notícias. Pinto da Costa, à semelhança do que acontecera com Villas-Boas, esteve num encontro com a Casa dos azuis e brancos em Vizela. E foi aí que o líder dos dragões comentou a polémica do dia, neste caso com chamadas feitas por um call center em nome da lista B do antigo treinador para os associados portistas a apelar ao voto no próximo sábado.

“Já tive conhecimento disso, inclusive estão a fazer mensagem porque têm naturalmente dados que não podem ter. Até membros da minha lista receberam essa chamada mas não me vou pronunciar sobre isso porque já está um advogado especialista em direito de privacidade a estudar o assunto, mas segundo ele me disse isto é muito grave, mas por isso não vou comentar. Se foram os membros da lista que relataram a situação? Não, não, não, não… Eles receberam as chamadas a pedir o voto para Villas-Boas porque tiveram acesso aos nossos dados dos associados”, apontou o presidente dos portistas à margem do encontro.

De referir que um dos pontos que pode ajudar a explicar essas chamadas tem a ver com uma parte do site oficial da candidatura de Villas-Boas pede aos apoiantes para apontarem outros sócios que podem receber um contacto telefónico do antigo treinador. “Dia 27 vota pelo teu Porto. Conheces um dragão que não vai votar? O André dá-lhe o toque”, refere entre o pedido de um número de telefone, de um horário de agendamento e da aceitação de termos e condições e política de privacidade, como recorda o jornal Record.

“Otimista? Nem estou otimista, nem deixo de estar. Estou com um sentido de responsabilidade e de dever que entendi que perante o que estava a ser apresentado que não podia fugir às responsabilidades. Agora os sócios escolherão. Os sócios, eu tenho o meu projeto, tenho a minha Academia para realizar, tenho um projeto de melhorar a minha equipa de futebol, todas as estruturas, os outros têm outro projeto. No meu projeto não cabem Zubizarretas, homens que estão desempregados há quatro anos, que foram despedidos do Barcelona, que foram despedidos do Marselha, e que nada fez. Foi um grande guarda-redes, não há dúvida nenhuma, mas que nada fez. Está desempregado desde o dia 15 de maio de 2020, fixei o 15 de maio, porque eram os anos de Humberto Delgado e da minha mãe, de resto não teria fixado. Portanto, é com o dever de ter que impedir que se façam determinadas coisas. Os sócios agora escolhem”, referiu depois.

“Vão poder verificar que o centro que vamos ter na Maia, a Academia que já estamos a construir, já tem lá os tratores. Vão ver in loco que não era nenhuma utopia, que era um sonho realizável como está já a ser, que não era um chorrilho de mentiras, por tudo aquilo que eu disse é verdade. Vão poder ver o espaço, as obras, as maquetas e vão poder verificar os dez campos de futebol, um miniestádio para mais de 2.000 pessoas, um refeitório onde podem ser servidas 800 refeições, um posto médico de grande qualidade, um hotel onde podem estar hospedados simultaneamente 140 jovens. Dizer que isto era uma utopia, poderão ver se é ou não. Espero que depois também o candidato da lista B vos leve a ver os terrenos que ele tem em Gaia, mas peço-vos uma coisa, vão só um de cada vez porque não tem onde passar nem onde estacionar o carro”, atirou depois, sobre a apresentação aos jornalistas da Academia na Maia esta terça-feira à tarde.

Pinto da Costa abordou também as críticas feitas por André Villas-Boas à SIC, falando de um FC Porto que está refém dos interesses. “Não estou refém de ninguém, nem de nenhum fundo. Ele, aliás, parece que tem uma fobia contra os fundos mas o pedido que foi apresentado lá no centro de treinos de Gaia em que ele mandou também é um fundo que está por trás, portanto não sei qual é o fundo. Ele é que parece que tem uma obsessão contra o doutor João Koehler. A partir do momento em que foi convidado pela lista B para a integrar e não aceitou, no momento em que aceitou ser meu vice-presidente, passou a ser uma ovelha negra, passaram os fundos a ser uma tragédia, passou tudo de mal, passaram inclusive a meter-se na vida pessoal e particular dele. Portanto, isso é um caminho que eu não quero seguir. Na minha campanha ninguém insulta ninguém”, concluiu o presidente dos azuis e brancos a propósito dessas “farpas” deixadas pelo adversário.

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