As autoridades norte-coreanas admitiram esta quinta-feira tomar medidas caso os Estados Unidos da América implementem um novo mecanismo para endurecer e monitorizar as sanções impostas contra Pyongyang.

A Coreia do Norte pode vir a adotar “fortes medidas pragmáticas” para aumentar a sua força militar depois de Washington ter prometido trabalhar com a Coreia do Sul e outros países, para criar um comité de peritos alternativo para monitorizar as sanções e o cumprimento das mesmas por parte de Pyongyang

Esta medida foi posta em cima da mesa depois de a Rússia ter vetado a possibilidade de alargar a comissão das Nações Unidas (ONU) que existia até agora e era responsável por estas funções.

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“Se os Estados Unidos impuserem novas sanções contra a Coreia do Norte, aproveitaremos qualquer oportunidade para reajustar a nossa força, tal como os Estados Unidos temem”, disse o vice-ministro do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Kim Un Chol.

O governante adiantou que, “cada vez que os Estados Unidos preparam novas sanções dentro da ONU”, o que conseguem é que a Coreia do Norte desenvolva “mais testes balísticos e nucleares”, avançando que “serão tomadas ações contundentes” para impulsionar estas áreas.

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Considerando que o mecanismo da ONU para supervisionar as sanções é ilegal, apesar de ter estas funções há uma década, o vice-ministro sustentou que “agora corre o risco de entrar em colapso e os Estados Unidos estão a apressar-se para garantir que a estrutura de pressão exercida através de sanções” não termine, segundo um comunicado do ministério.

Lembrando que a população norte-coreana vive sob sanções impostas por “forças hostis” há mais de meio século, o ministério qualificou esta ação de obsessiva por parte da Administração norte-americana.

“As sanções, a ferramenta diplomática preferida dos Estados Unidos, podem ser vistas como uma forma de sobrevivência do país, uma vez que lhes permite exercer domínio sobre outros povos”, acrescentou, referindo ainda que “o facto de se ter tornado uma pedra no sapato dos Estados Unidos é uma realidade inegável”.