O Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, mantém-se fechado e sem previsões para abrir após ter sido atingido por um incêndio que obrigou à transferência de todos os doentes. Para acelerar “procedimentos” que permitam “normalizar”, num “curto espaço de tempo”, a atividade da maior unidade de saúde açoriana, o Governo Regional declarou, entretanto, situação de calamidade pública devido ao incêndio.

O Hospital de Ponta Delgada já foi alvo de duas vistorias, mas ainda não se sabe quando voltará a operar normalmente.  “Nesta fase e com toda a frontalidade, não posso ter outra leitura: ainda é prematuro avançar com uma data de retoma do normal funcionamento” da unidade hospitalar, avançou Mónica Seidi, Secretária Regional da Saúde. Em declarações à CNN Portugal, este domingo, a responsável do Governo dos Açores adiantou que já foram realizadas vistorias, mas que ainda “não são conclusivas”.

Açores em situação de calamidade pública regional devido a incêndio no Hospital

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“Ao longo do dia é normal que aconteçam mais vistorias, é normal que se consiga apurar mais factos e que se consiga entender melhor a dimensão [dos danos], sendo que numa primeira análise” a destruição total do quadro elétrico central é, do ponto de vista técnico, “muito dramática”.

Estamos ainda a avaliar efetivamente de todos os serviços aqueles que conseguiremos, a breve prazo, retomar”, indicou Mónica Seidi, que defendeu que se trata de uma situação cuja resolução não é “imediata”.

As declarações da Secretária Regional da Saúde estão em linha com as que foram feitas pela administração do Hospital de Ponta Delgada este sábado à tarde, horas após o deflagrar do incêndio, que foi dado como extinto às 16h11. Manuela Menezes, presidente do Conselho de Administração do hospital, disse que era “muito prematuro” dar uma previsão para o retomar da atividade, mas garantiu que a normalidade será reposta “o mais brevemente possível”. Em declarações aos jornalistas, este sábado, a responsável afirmou que ainda estava a ser feita “uma inspeção”: “Ainda temos de chegar à zona mesmo crítica do foco de incêndio, para depois termos essa noção, se são dias, se são semanas.”

Incêndio no Hospital de Ponta Delgada dado como “extinto”. Cerca de 300 doentes foram transferidos e nove bombeiros ficaram feridos

“Assim que tenhamos energia e tenhamos a possibilidade de repor a normalidade, assim o faremos”, garantiu Manuela Menezes, que explicou que a decisão de evacuar todo o edifício se deveu ao facto de o fumo ter alastrado de tal forma que “não estavam reunidas as condições de segurança, por causa da inalação de fumos”. “Daí que nós tivéssemos tomado essa decisão de alerta máximo e de evacuação total do hospital”, justificou.

A responsável adiantou ainda que foram transferidos para o hospital da CUF na Lagoa, em São Miguel, os doentes que estavam no bloco de partos e os que estavam na neonatologia, na pediatria, na urgência e na unidade dos cuidados intensivos. Foram também transferidos doentes para centros de saúde, para a Casa de Saúde de Nossa Senhora da Conceição e para a Clínica do Bom Jesus. Com a ajuda do Exército foram transportados equipamentos tanto para a CUF como para os centros de saúde.

Foram ainda transferidos, em voo comercial, durante a noite deste sábado, para a Terceira e para o Faial cerca de 46 doentes que precisam de fazer hemodiálise.