Várias semanas de chuvas fortes e inundações na região da África Oriental afetaram 637 mil pessoas e deslocaram 234 mil no Burundi, Quénia, Ruanda, Somália, Etiópia e Tanzânia, anunciou esta quarta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

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As inundações devastadoras e sem precedentes revelaram as duras realidades das alterações climáticas, ceifando vidas e deslocando comunidades”, descreveu a diretora regional para o Leste e Corno de África da Organização para as Migrações, Rana Jaber, citada num comunicado divulgado pela organização intergovernamental.

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“À medida que estas pessoas enfrentam a difícil tarefa de reconstrução, a sua vulnerabilidade só se agrava”, acrescentou.

“Neste momento crítico, mesmo com a resposta da OIM, continua a ser urgente envidar esforços sustentáveis para fazer face à mobilidade humana impulsionada pelas alterações climáticas”, disse ainda a responsável.

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As chuvas torrenciais desencadearam uma série de catástrofes, incluindo inundações, deslizamentos de terra e danos graves em infraestruturas vitais, como estradas, pontes e barragens.

Estes eventos causaram numerosas vítimas mortais, assim como agravaram o risco de doenças transmitidas pela água, acentua-se no comunicado.

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A África é altamente vulnerável às alterações climáticas, apesar de contribuir apenas com cerca de 4% das emissões globais de gases com efeito de estufa.

O Leste e o Corno de África têm sido particularmente afetados por ciclos alternados de seca e precipitação intensa ao longo da última década, mas este ano sofreu as chuvas mais intensas e as piores inundações registadas em décadas nos países afetados na região.

A Organização Internacional para as Migrações sublinha ser “evidente” que os debates sobre as alterações climáticas globais da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, a realizar na Alemanha em junho próximo – que irão definir a agenda da Conferência das Partes – “devem incluir considerações sobre a mobilidade humana”.