O BBVA volta à carga para tentar ficar com o Sabadell. Depois da proposta de fusão feita no início da semana ter sido rejeitada pelo Sabadell, o BBVA lança agora uma oferta pública de aquisição hostil sobre o rival banco espanhol.
Mas mantém o preço proposto inicialmente e que levou o Sabadell a rejeita a primeira oferta — oferece uma ação do BBVA por cada 4,83 do Sabadell. E foi esta proposta que o conselho de administração do Sabadell considerou que não valorizava o banco, que assim pretendia seguir o seu caminho independente. “O banco é uma entidade forte, com futuro”, declarou aos trabalhadores o presidente do Banco Sabadell, Josep Oliu, esta segunda-feira, acrescentando que “o conselho tem uma grande confiança no caminho que o banco está a seguir e nos planos que estão em execução em todos os negócios e geografias”.
Governo de Sánchez contra OPA
Segundo o El País, o Sabadell manterá a posição com a nova OPA hostil. Mas também o Governo rejeita a pretensão. Segundo fontes do Ministério da Economia, Turismo e Comércio, citadas pelo El País, o governo espanhola opõe-se à operação, tanto na forma como no conteúdo. O ministério tutelado por Carlos Cuerpo considera que a integração do Sabadell no BBVA conduz “a potenciais efeitos lesivos” no sistema financeiro, aumenta a concentração bancária e afeta a coesão territorial e com impacto negativo no emprego.
O BBVA condiciona a operação a conseguir mais de 50% do acordo dos acionistas do Sabadell e terá de estar fechada em seis a oito meses. Muitos dos acionistas do Sabadell coincidem com a presença no capital do BBVA. São, por exemplo, fundos de investimento como o BackRock e o Vanguard. A oferta, considerando os preços de fecho de quarta-feira, valoriza o Sabadell em 11.600 milhões de euros, dando um prémio de 18% face a esse preço de fecho. Os acionistas do Sabadell ficariam com 16% do BBVA.