A aprovação da instalação de um sistema de bombagem hidroelétrica reversível deixou os ambientalistas e autarquias locais em alerta, segundo avança o Público.
Esta instalação, levada a cabo pela Iberdrola, empresa espanhola de energia, está localizada nas barragens de Alcântara e Valdecañas, em Espanha.
Contudo, apesar de estarem no país vizinho, têm um impacto direto em Portugal, já que, como antecipam alguns ambientalistas, a realização destes projetos pode agravar a situação dos caudais do Tejo que passam a depender da água que flui para o rio Tejo, em Portugal a partir de Espanha.
Ao Jornal de Notícias, Paulo Constantino do proTEJO, esclareceu como vai funcionar o processo de bombagem entre as barragens de Alcântara e Valdecañas. “As duas vão fazer com que haja um ciclo fechado de água, a ser bombada para trás. Ou seja o que vai acontecer é que a Portugal, vão chegar os caudais mínimos da convenção de Albufeira (…)”, explicou.
Esta não é a primeira vez que os caudais ecológicos dão que falar. Em março deste ano, 25 organizações portuguesas e espanholas apresentaram uma queixa direcionada ao Movimento pelo Tejo (proTEJO) que enviaram à Comissão Europeia.
Dezenas de organizações subscrevem queixa do proTEJO à Comissão Europeia
O documento realçava o “incumprimento da Diretiva Quadro da Água pela não implementação de caudais ecológicos no rio Tejo por Espanha e Portugal”, solicitando ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática português e ao Ministério de Agricultura y Pesca, Alimentación y Medio Ambiente espanhol que estudassem o caso da barragem de Cedillo, no rio Tejo (mais próxima da fronteira entre Portugal e Espanha).
O apelo, contudo, não se ficou por aqui, tendo sido mencionado, no documento enviado, mais municípios da bacia do Tejo, entre eles, Lezíria do Tejo, Beira Baixa, Médio Tejo e Alto Alentejo, bem como a área metropolitana de Lisboa (AML), de modo a tomarem uma “posição de responsabilidade”.
Também os autarcas dos municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão mostraram preocupação nos caudais ecológicos associados ao rio Tejo.