Sem que estejam cumpridas duas semanas de maio, na absoluta reta final da Premier League, o Arsenal já deixou claro que a luta pelo título da época passada não foi propriamente um acaso. A equipa de Mikel Arteta voltou a chegar ao fim da temporada enquanto único obstáculo à renovação da conquista do Manchester City e com possibilidades reais e pragmáticas de levantar um troféu que escapa desde 2004 — mas, para isso, não podia voltar a escorregar.

Este domingo, já depois de o Manchester City ter goleado o Fulham, o Arsenal visitava o Manchester United em Old Trafford e estava obrigado a vencer para manter a dúvida sobre a conquista da Premier League — até porque os citizens têm um jogo a menos, que só vão cumprir na terça-feira contra o Tottenham. Assim, e vindos de cinco vitórias seguidas para o Campeonato, os gunners defrontavam uns red devils com 10 potenciais titulares lesionados e acabados de sair de uma goleada em casa do Crystal Palace.

“O meu cérebro leva-me sempre para a imagem dos nossos jogadores a levantarem a Premier League, é aí que a minha cabeça está neste momento. Limito-me a seguir a minha cabeça e os meus instintos e é assim que me sinto, é assim que quero que toda a gente se sinta e espero que consigamos lá chegar. Temos de pensar que as coisas vão correr bem. Tentamos ser melhores do que os nossos adversários e vencê-los, o resultado final é outra coisa. Neste momento, está fora do nosso controlo”, explicou Mikel Arteta na antevisão da partida deste domingo.

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O treinador espanhol lançava Trossard, Kai Havertz e Saka no trio ofensivo, com Odegaard, Declan Rice e Partey no meio-campo, e deixava Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli e ainda Jorginho no banco. Do outro lado, com as já referidas ausências, Erik ten Hag apostava em Amad Diallo, McTominay e Garnacho no apoio a Højlund, com Casemiro a ser novamente adaptado a central ao lado de Jonny Evans no eixo defensivo.

A primeira parte trouxe a vantagem do Arsenal, com Trossard a aproveitar uma passividade alarmante do Manchester United para desviar um cruzamento de Havertz a partir da direita (20′), mas os red devils reagiram bem e chegaram ao intervalo com mais posse de bola e mais remates, ainda que sem uma verdadeira oportunidade de golo. Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e a lógica manteve-se, com o Arsenal a abdicar da pressão alta e a preferir oferecer a iniciativa e a bola ao Manchester United para depois lançar o contra-ataque na profundidade.

Arteta foi o primeiro a mexer, trocando Trossard por Martinelli já depois da hora de jogo, e Ten Hag respondeu pouco depois com Antony para o lugar de Diallo. A partida viveu o seu momento mais emocionante já dentro do último quarto de hora, com André Onana a tornar-se crucial e a ter duas intervenções que mantiveram os red devils vivos no encontro no resultado, mas já nada mudou e o único acontecimento digno de relevo foi a saída de Saka por lesão.

No fim, o Arsenal venceu o Manchester United em Old Trafford e manteve-se na liderança da Premier League com mais um ponto do que o Manchester City, que tem um jogo em atraso que irá cumprir na terça-feira. Na última jornada, já no próximo fim de semana e potencialmente decisiva para as contas do Campeonato, os gunners recebem o Everton e os citizens recebem o West Ham.