O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) vai financiar em cerca de mil milhões de euros obras de reconstrução do Rio Grande do Sul, anunciou esta terça-feira a presidente do banco e ex-presidente brasileira Dilma Rousseff.
Num vídeo publicado esta terça-feira na rede social X (antigo Twitter) Dilma Rousseff, que atualmente ocupa o cargo de presidente do NDB, solidarizou-se com o povo do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, devastado por fortes chuvas desde o fim de abril.
Quero anunciar a liberação de US$ 1,115 bilhão – o equivalente a R$ 5,750 bilhões – dos recursos do @NDB_int para o estado do Rio Grande do Sul enfrentar a calamidade. Já conversei com o presidente @LulaOficial e o governador @EduardoLeite_. Fiquem com meu pronunciamento.… pic.twitter.com/jiXfNXOAz2
— Dilma Rousseff (@dilmabr) May 14, 2024
O banco do grupo dos BRICS, instituição financeira fundada em 2015 por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, vai destinar um total de 1,115 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) em recursos “para ajudar o estado”, escreveu.
“O Banco dos BRICS tem um compromisso e vai atuar na reconstrução e na recuperação da infraestrutura do estado. Queremos ajudar as pessoas a reconstruir as suas vidas”, afirmou Dilma Rousseff.
As autoridades locais fizeram esta terça-feira novo balanço da tragédia, informando que as tempestades que devastam o sul do Brasil já causaram 149 mortes, sendo que 148 delas ocorreram no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina.
Segundo a Defesa Civil local, o número de deslocados supera 538 mil pessoas, dos quais mais de 76,8 mil tiveram de procurar refúgio em abrigos improvisados pelas autoridades do Rio Grande do Sul.
Há ainda 806 pessoas feridas e 124 desaparecidos. As fortes chuvas afetam 2,1 milhões de pessoas que vivem em 446 cidades do estado mais ao sul do território brasileiro.
Dilma Rousseff explicou que os créditos do NDB devem ser transferidos de forma direta para o Rio Grande do Sul e também por meio de parcerias com outras instituições financeiras, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
“Em parceria com o BNDES vamos libertar 500 milhões de dólares (462,2 milhões de euros) sendo 250 milhões de dólares (231,1 milhões de euros) previstos para pequenas e médias empresas e outro tanto para obras de proteção ambiental, infraestrutura, água e tratamento de esgoto e prevenção de desastres”, disse Dilma Rousseff.
“Em parceira com o Banco do Brasil, o Banco dos BRICS vai destinar 100 milhões de dólares para infraestrutura agrícola, projetos de armazenagem e infraestrutura logística. Em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, no contrato chamado BRDE 1, vamos destinar 20 milhões de dólares (18,5 milhões de euros) para projetos de desenvolvimento e mobilidade urbana e recursos hídricos“, completou.
A ex-presidente brasileira informou também que outros 295 milhões de dólares (272,7 milhões de euros) serão destinados a um contrato ainda em discussão para obras de desenvolvimento urbano e rural, saneamento básico e infraestrutura social.
Outros 200 milhões de dólares (185 milhões de euros) serão disponíveis para serem financiados diretamente pelo banco dos BRICS para obras de infraestrutura.
Dilma Rousseff concluiu dizendo que a gestão dos recursos será flexível e a destinação da verba será passível de direcionamento das necessidades do Rio Grande do Sul.