A Agência Europeia do Ambiente (AEA) recomendou esta terça-feira a redução do desenvolvimento das cidades em áreas mais suscetíveis a inundações, que deverão ser cada vez mais habituais por causa das alterações climáticas.
De acordo com um relatório sobre inundações e escassez de água nos países europeus, divulgado esta terça-feira, a Agência Europeia do Ambiente recomendou a “redução da exposição humana a perigos” decorrentes das cheias.
“Isto pode ser feito através de várias ações, como a redução do desenvolvimento em áreas de alto risco de cheias, escassez de água, vulnerabilidade a incêndios e erosão costeira, e reconsiderando a relocalização destas áreas”, dá conta o relatório de 175 páginas.
Segundo a agência, 12% da população europeia vive em regiões com probabilidade de cheias e 11% dos hospitais estão nestas áreas, enquanto 30% da população no sul da Europa vive em áreas com escassez de água e em constante pressão pela falta de água.
A agência europeia contabilizou também que 15% das infraestruturas industriais estão em zonas de risco de cheias.
Nos últimos anos Portugal tem registado uma situação de seca extrema persistente em várias regiões do país, nomeadamente no Alentejo, enquanto cidades como Lisboa acabam por ficar altamente condicionadas por cheias.
No final de 2022 e em março de 2023 várias partes de Lisboa, incluindo Alcântara e algumas partes de Loures e Algés, ficaram completamente intransitáveis por causa da chuva e das inundações.
Ao longo do relatório divulgado esta terça-feira, a Agência Europeia do Ambiente advertiu que as autoridades nacionais têm de ter em conta os efeitos das alterações climáticas e começar a agir de acordo com os fenómenos climáticos adversos que registaram.
Em simultâneo, a nível europeu, a agência considerou que as políticas para mitigar os efeitos das alterações climáticas também ajudarão a reduzir parte do risco para as populações.
Entre 1980 e 2022 morreram 5.582 pessoas na sequência de cheias.