Estão em curso protestos em vários estabelecimentos prisionais em França, na sequência da morte de dois guardas prisionais durante o transporte de um recluso. A emboscada aconteceu esta terça, numa portagem perto de Eure, quando um grupo de homens encapuçados atingiu mortalmente os guardas, resultando na fuga do recluso.

França. Dois guardas prisionais mortos em emboscada a carrinha que transportava recluso

As organizações sindicais convocaram protestos em várias prisões, apelando a um dia de “prisão morta”. Às 11 horas locais, menos uma em Lisboa, foi feito um minuto de silêncio pelos dois agentes mortos durante o transporte do prisioneiro. Os trabalhadores prisionais reuniram-se à porta dos prisões.

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À frente de Évreux, a prisão onde cumpria pena “a Mosca”, o prisioneiro que está em fuga, o clima é sombrio, relata o francês Figaro. Um guarda prisional que saiu durante a manhã, terminado o turno da noite, mencionou um clima “calmo” dentro do centro, ainda que “alguns presos se gabassem do acontecimento”. “Alguns [reclusos] ficaram muito contentes com a situação.”

Quem é “a Mosca”, o recluso de 30 anos no centro de uma caça ao homem “sem precedentes” em França?

“Não estamos aqui para ser mortos”, lembrou um dos cerca de vinte guardas à porta da prisão. Numa das imagens das agências noticiosas, eram visíveis faixas com as palavras “uma prisão à beira da explosão”.

Além de Évreux, há protestos nas prisões de Fleury-Merogis, nos subúrbios de Paris, Vezin-le-Coquet, no noroeste de França, Riom, no centro do país, ou em Saint-Brieuc, no norte de França, ou em Gradignan, em Bordéus, no sul do país.

As organizações sindicais vão reunir-se esta quarta-feira com o ministro francês da Justiça, Éric Dupond-Moretti, reivindicando melhores condições de trabalho. “Não podemos mais aceitar a superlotação penal, bem como o número de trabalhadores que abandonam a nossa força de trabalho mês após mês”, foi dito em comunicado sobre a reunião.

Além dos guardas prisionais, também os tribunais se juntaram ao minuto de silêncio desta manhã. “Um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do ataque mortal de 14 de maio, em solidariedade com os agentes da administração penitenciária”, escreveu na rede social X o Tribunal de Cassação, a mais alta instância do sistema judicial francês, sediado em Paris. “O Tribunal de Cassação esteve ao lado do Tribunal de Recurso de Paris e dos advogados neste momento de reflexão coletiva.”