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O Partido Trabalhista Português (PTP) subiu esta quarta-feira ao Pico da Torre, em Câmara de Lobos, para denunciar a destruição da paisagem natural da Madeira, acusando o PSD de ter como especialidade agrícola “plantar mamarrachos nos socalcos”.
“É inaceitável que nestes locais se permita a construção desordenada de prédios gigantes, destruindo e descaracterizando uma das paisagens que é das mais belíssimas da Madeira”, afirmou a cabeça de lista do PTP às eleições legislativas da Madeira, Raquel Coelho, referindo-se à paisagem do Estreito de Câmara de Lobos, vista a partir do miradouro do Pico da Torre, onde se vislumbra a construção de blocos de apartamentos.
Com uma comitiva de nove pessoas, erguendo bandeiras brancas com o símbolo estampado do PTP, neste quarto dia de campanha eleitoral Raquel Coelho defendeu a proteção da paisagem natural e do próprio turismo da Madeira.
“Queremos chamar a atenção — e o Pico da Torre é um bom exemplo disso — para a destruição que está a ser feita da nossa paisagem, da paisagem rural da Madeira, daquele que é talvez um dos postais mais bonitos do arquipélago da Madeira e que vende o turismo da Madeira no mundo inteiro”, sublinhou a candidata do PTP, em declarações à agência Lusa.
Raquel Coelho disse que na paisagem do Estreito de Câmara de Lobos, “a cada ano que passa, existem menos socalcos”, terrenos utilizados para vinhas ou cultivo de bananeiras.
“A especialidade agrícola do Governo Regional e do PSD na Madeira é plantar mamarrachos nos socalcos da Madeira, em zonas que deviam ser protegidas, que deviam ser reserva agrícola, dada a sua importância na paisagem da Madeira e que são uma referência na Região Autónoma da Madeira, nomeadamente o vinho Madeira, que é conhecido no mundo inteiro”, referiu.
A cabeça de lista do PTP reforçou ainda que “os turistas quando vêm à Madeira não vêm à procura de betão, nem cimento, porque isso já existe nas cidades onde vivem, eles vêm à procura da paisagem única da Madeira, dos socalcos cultivados”, frisando que “é importantíssimo proteger essa paisagem”.
Para o PTP, a Assembleia Legislativa da Madeira e o Governo Regional têm de intervir nesta matéria, inclusive “junto das autarquias para que os PDM [Planos Diretores Municipais] protejam estas áreas, nomeadamente se criem reservas agrícolas”, para salvaguarda da paisagem e da atividade agrícola.
“Estes mamarrachos que são construídos nestas zonas são provenientes da falta de organização do território, porque é perfeitamente compatível correspondermos àquelas que são as necessidades de habitação da população e, em simultâneo, proteger a nossa paisagem e o nosso cartaz turístico”, salientou.
Sobre as expectativas quanto ao resultado das legislativas antecipadas de 26 de maio, Raquel Coelho disse que “os madeirenses e porto-santenses estão bastante escaldados com os 48 anos de governação social-democrata” e querem “uma alternativa”, manifestando esperança de que estas eleições possam ser um ponto de partida para a viragem na política da Região Autónoma da Madeira.