O líder da extrema-direita holandesa, Geert Wilders, finalizou um acordo sobre as bases do seu primeiro governo de coligação de direita nos Países Baixos. O Partido da Liberdade (PVV), que lidera, formará um governo com o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD), de centro-direita, o partido Novo Contrato Social (NSC) e o Movimento dos Agricultores-Cidadãos (BBB). A coligação será formalizada através da votação de cada um dos parlamentares holandeses na próxima quarta-feira.

Wilders, como já tinha sido confirmado pelo próprio, não se tornará o próximo primeiro-ministro holandês, num acordo não convencional e experimental de “governo de negócios”. “A boa notícia é que temos um acordo de negociadores, mas é claro que isso só é definitivo quando os partidos parlamentares também concordarem”, disse Wilders à imprensa holandesa, citada pelo The Guardian.

Em março, os quatro partidos concordaram em procurar formar um governo parcialmente tecnocrático, composto por 50% de políticos e 50% de independentes, de modo a acomodar os interesses das várias forças partidárias.

Geert Wilders disposto a não liderar governo nos Países Baixos

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Há seis meses, o PVV surpreendeu com a conquista de um quarto dos lugares no parlamento holandês. O partido, que se identifica como anti-islão e anti-imigração, vai liderar uma intrincada coligação composta por quatro partidos. Geert Wilders, o vencedor das eleições legislativas dos Países Baixos no passado mês de novembro, afirmou, em março, estar disposto a não liderar governo do país de forma a facilitar a formação de um novo executivo de extrema-direita.

Até agora, não foram divulgados nomes prováveis a entrar na corrida para próximo primeiro-ministro holandês. Wilders afirmou esta quarta-feira que o assunto já foi debatido e que o continuará a ser em reuniões futuras.

Pieter Omtzigt, fundador do NSC, afirmou que falta discutir “seis ou sete” tema no dia do prazo formal para a formação da coligação. Omtzigt não participou em discussões anteriores devido a reservas quanto ao apoio a Wilders. O líder do partido é considerado a principal força atrás do “governo extraparlamentar”, com um papel mais importante na decisão dos votos parlamentares.