O Centro Padre Alves Correia (CEPAC) emitiu este sábado um comunicado a esclarecer os detalhes sobre o caso da alegada criança nepalesa alvo de um linchamento, que foi avançado pela Rádio Renascença na terça-feira passada, e que contou com declarações da diretora executiva da associação, Ana Mansoa.
No documento enviado às redações, o CEPAC reconheceu que o termo linchamento “não é o adequado”, surgindo como “manifestação espontânea face aos contornos da agressão”. Além disso, a associação assumiu igualmente que foi um “erro prestar informação sobre a nacionalidade e a idade da criança”.
Segundo o comunicado, as declarações de Ana Mansoa surgiram no “contexto de uma conversa telefónica, por iniciativa do jornalista da Rádio Renascença” e foram enquadradas no “pedido de exemplos que sustentassem a preocupação e perceção de organizações católicas sobre o aumento do discurso de ódio contra pessoas migrantes”.
No entanto, o CEPAC assegura ter existido uma agressão, cujos “contornos foram transmitidos à Procuradoria da Família e Menores e ao Ministério da Educação”. “Caberá agora às referidas entidades o apuramento do ocorrido, em sede própria, reiterando o CEPAC total disponibilidade para colaborar”, lê-se no comunicado.
O Centro Padre Alves Correia salienta igualmente o “quão difícil é para as vítimas e testemunhas denunciarem estes casos, e que o foco deverá ser sempre a sua proteção”, empenhando-se na sua missão “junto das pessoas migrantes em situação de vulnerabilidade”.
No mesmo sentido, o Ministério da Educação emitiu, esta sexta-feira, um comunicado a garantir que não há qualquer indício de ter ocorrido um caso de “linchamento” numa escola da Amadora denunciado pelo Centro Padre Alves Correia após se ter reunido com a direção da instituição.
Por sua vez, a Procuradoria-Geral da República confirma ter recebido uma denúncia relativa ao alegado episódio de agressões a um aluno, mas não especificou a nacionalidade. Apenas disse que a mãe não era nepalesa.