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Os ativistas pró-Palestina que desde quinta-feira se mantêm em protesto na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto receberam, no domingo, a indicação para desmobilizarem até às 20h desta segunda-feira ou “serão acionados meios” para os retirar.
Em comunicado, os ativistas referem que, perante esta ordem de desmobilização da direção da Faculdade de Ciências, comunicada em reunião com os estudantes, marcaram uma manifestação para esta tarde, em frente à faculdade.
No comunicado, os ativistas afirmam que a direção da instituição lhes comunicou que “irão fazer” aquilo que a lei lhes permite.
Os estudantes estão desde o início desta manhã “a reunir e a deliberar democraticamente em assembleia”, de forma a decidir quais serão os seus próximos passos.
A Universidade do Porto e a direção da Faculdade de Ciências “mantêm-se intransigentes na sua posição” face às reivindicações dos estudantes, “assegurando desta forma a manutenção de relações entre a UP e instituições em Israel”, referem.
Independentemente da ocupação se manter ou não, os estudantes garantem que as ações em defesa do povo palestiniano se manterão.
Estamos há meses a lutar por esta causa das mais variadas formas e, enquanto estiver a decorrer um genocídio na Palestina e as nossas reivindicações não forem atendidas, decorrerão ações de protesto da nossa parte”, garantiu Joana Bernardes, uma das alunas presentes.
O grupo de ativistas afirma que “a comunidade académica — não só estudantes, mas também docentes e não docentes — tem demonstrado vincadamente o seu apoio a esta causa, assim como membros da sociedade civil”.
A concentração de apoio ao movimento estudantil está marcada para as 17h, no departamento de Ciências de Computadores da FCUP.
Este protesto teve o primeiro momento há mais de uma semana quando cerca de meia centena de estudantes reclamaram diante da reitoria da Universidade do Porto o corte de relações entre a academia e o Estado de Israel.
Na quinta-feira, os estudantes prosseguiram com o protesto na Faculdade de Ciências, onde colocaram tendas de campismo para se abrigarem durante a noite rodeadas de bandeiras da Palestina, velas e faixas com frases como: “Solidariedade proletária por uma Palestina Livre”, “Israel não é uma democracia, Israel é um país terrorista” e “A revolução começa aqui“.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 35 mil mortes, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, e deixou o enclave numa situação de grave crise humanitária.