O parlamento do Vietname confirmou esta quarta-feira nomeação do até agora ministro da Segurança Pública, To Lam, como novo Presidente do país, depois de o antecessor se demitir no âmbito de uma vasta campanha anticorrupção.

Parlamento do Vietname aprova demissão do Presidente em plena campanha anticorrupção

Numa votação secreta, 472 dos 473 deputados da Assembleia Nacional vietnamita aprovaram o nome de To Lam, um general de 66 anos que tinha sido proposto pelo Partido Comunista do Vietname (DCS, na sigla em vietnamita), o partido único do país.

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O cargo de Presidente é simbólico, mas coloca To Lam numa “posição muito forte” para se tornar o próximo secretário-geral do DCS, a posição política mais importante do país, disse Nguyen Khac Giang, analista do Instituto ISEAS-Yusof Ishak de Singapura.

O atual secretário-geral do Partido Comunista do Vietname, Nguyen Phu Trong, foi eleito para um terceiro mandato em 2021, mas, aos 80 anos, não poderá candidatar-se a um novo mandato após 2026.

To Lam é acusado por grupos de defesa dos direitos humanos de ser responsável por operações policiais e de inteligência que violaram as liberdades básicas do povo vietnamita e o direito internacional.

As acusações incluem o rapto do empresário e ex-político vietnamita Trinh Xuan Thanh, em 2017, no centro de Berlim. As autoridades alemãs acusaram Hanói de responsabilidade pelo rapto de Thanh, que acabou por ser condenado a prisão perpétua no Vietname em 2018.

Em 21 de março, o parlamento vietnamita tinha aprovado a demissão de Vo Van Thuong, que ocupava a Presidência há pouco mais de um ano, e nomeado Vo Thi Anh Xuan, o antigo vice-presidente, como líder interino do país até à eleição de um sucessor.

Um dia antes, Thuong, de 54 anos, anunciou que se demitia do cargo, após ter sido acusado pelo Comité Central de Inspeção de violar os regulamentos internos do Partido Comunista, no âmbito de uma campanha anticorrupção que atingiu a liderança do partido, de acordo com informações do diário vietnamita “Tuoi Tre”.

O Comité Central afirmou que o comportamento de Thuong levou a uma queda no seu índice de aprovação pública e afetou a reputação do partido.

Thuong assumiu o cargo em março de 2023, dois meses depois de Nguyen Xuan Phuc se ter demitido devido a vários escândalos de corrupção em plena pandemia de covid-19.