Pinto da Costa tinha sobretudo uma justificação perante os pedidos de André Villas-Boas, presidente eleito e empossado do FC Porto, para que o Conselho de Administração da SAD dos azuis e brancos pudesse avançar com uma renúncia que acelerasse o processo de transição: a final da Taça de Portugal. Pela estabilidade, pela espécie de Last Dance que o próprio criou, pela possibilidade de poder estar no banco tal como nos tempos em que era ainda chefe do departamento de futebol com José Maria Pedroto no comando da equipa. Essa última hipótese caiu, por castigo, nem por isso os dois restantes argumentos saíram enfraquecidos.

“Não renuncio na SAD pelos interesses do FC Porto. E, na final da Taça em Oeiras, vou estar simbolicamente no banco”, diz Pinto da Costa

Apesar de ter sido sancionado com 35 dias de suspensão na sequência das palavras contra a arbitragem na derrota do FC Porto no Estoril para o Campeonato, numa punição que foi depois confirmada pelo próprio Pleno do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto da Costa acreditava que o pedido de providência cautelar junto do Tribunal Central Administrativo Sul seria acolhido enquanto o processo ia seguindo para o Tribunal Arbitral do Desporto. Não foi. A vontade de estar no banco de suplentes caía, a vontade de estar no último jogo na liderança da sociedade não e foi nessa condição que assinou um texto para a revista de lançamento da final da Taça de Portugal, no domingo, entre os dragões e o Sporting.

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“Para o FC Porto é um jogo para ganhar, porque este clube alimenta-se de vitórias e de títulos. À custa desse espírito forjado nas últimas décadas temos hoje o melhor palmarés de Portugal, um estatuto que ambicionamos manter e consolidar. Para que isso aconteça encaramos sempre os adversários com respeito, pois sabemos que têm valor e ambições legítimas. Procuramos derrotá-los, não rebentá-los, até porque não recorremos a discurso de ódio, que só incendeia o ambiente já tóxico do futebol português”, escreveu o líder cessante dos azuis e brancos, a propósito de uma frase de Frederico Varandas, presidente do Sporting, num vídeo feito num jantar privado de celebração do Campeonato com o plantel.

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“Todos os jogos que definem os vencedores de troféus são especiais. A final da Taça de Portugal é-o ainda mais, por normalmente fechar a temporada e por constituir um momento importante de comunhão e celebração para muitos adeptos. Com todo o respeito pelo Sporting, tenho a expectativa de que o FC Porto vai lutar até ao limite das suas forças para vencer a Taça de Portugal pela terceira época consecutiva. Não há nada que deseje mais do que continuar a ver os portistas felizes”, apontou sobre a decisão.

[Já saiu o segundo episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio.]

“Pessoalmente, esta final tem o significado de corresponder ao fim de um ciclo. O primeiro troféu que ajudei a conquistar como diretor do departamento de futebol foi uma Taça de Portugal ganha ao Sp. Braga, nas Antas, com um golo do saudoso Fernando Gomes. Já como presidente, vi o FC Porto disputar 22 finais e ganhar 15, a primeira contra o Rio Ave, fez no dia 1 de maio 40 anos. Tenho as melhores memórias desta competição, que me proporcionou e a todos os portistas muito mais alegrias do que tristezas”, concluiu Pinto da Costa, que nesta despedida dos dragões se deverá sentar na Tribuna tal como o líder empossado do FC Porto, André Villas-Boas, e o presidente do Sporting e da Sporting SAD, Frederico Varandas.

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Já o líder dos leões, na mesma publicação, passou ao lado da “polémica” como já tinha feito no discurso que teve na receção aos campeões na Câmara Municipal de Lisboa, dando os parabéns ao FC Porto pela passagem à final da Taça de Portugal e assinalando o momento importante que constitui o encontro no Jamor.

“Respeitamos o nosso adversário, o FC Porto, e felicitamo-lo por chegar a esta final connosco. Será a sexta final da Taça de Portugal entre nós. Vencemos em três ocasiões, a última em 2018/2019, e queremos voltar a vencer. Com esforço, dedicação e devoção. É assim que temos lutado em todos as provas e será assim mais uma vez. Que seja uma verdadeira festa do futebol, de manhã à noite. Que seja também a oportunidade de mostrar que o futebol português tem qualidade e protagonistas de renome dentro e fora das quatro linhas. Mas acima de tudo que seja um momento de verdadeiro desportivismo e fair play e que dignifique futebol português e o desporto nacional em geral”, assinalou Frederico Varandas no texto da lançamento da final.

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“Chegar à final da Taça de Portugal é mais do que cumprir um objetivo para o Sporting. É ter a ambição de conquistar mais um título e ter a oportunidade de viver a verdadeira festa do futebol. Em campo mantemos a nossa ambição de sempre: ganhar e continuar a escrever a nossa História. Apoiados pelos sportinguistas que esta temporada mostraram, mais uma vez, porque são os melhores adeptos do futebol nacional. Serão, novamente, exemplares no apoio à equipa e na forma de viver o futebol, dando, uma vez mais, o exemplo de civismo a que se assistiu nas últimas semanas e, em particular, na festa do nosso 24.º título de campeão nacional”, acrescentou, voltando a colocar o enfoque nos 24 e não 20 Campeonatos.

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