O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou nesta terça-feira a tentativa de lançamento de outro satélite militar com tecnologia de mísseis balísticos pela Coreia do Norte, reiterando os apelos pela desnuclearização da Península Coreana.

Qualquer lançamento pela República Popular Democrática da Coreia utilizando tecnologia de mísseis balísticos é contrário às resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, alertou nesta terça-feira o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.

O secretário-geral reiterou ainda o seu apelo a Pyongyang para que cumpra integralmente as suas obrigações internacionais ao abrigo das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e “para que regresse rapidamente ao diálogo sem condições prévias para alcançar o objetivo da paz sustentável e da desnuclearização completa e verificável da Península Coreana”.

A Coreia do Norte confirmou que o lançamento de um foguete espacial, na segunda-feira à noite, para colocar em órbita um satélite espião falhou devido a um alegado problema no motor do propulsor.

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Pyongyang demorou pouco mais que 90 minutos a informar sobre o fracasso do lançamento do foguetão espacial, efetuado pelas 22h44 locais (14h44 de Lisboa), segundo o Exército sul-coreano.

Em comunicado, o Estado-Maior sul-coreano afirmou ter detetado o rasto do projétil lançado da zona de Tongchang-ri — no noroeste do país, onde se situa a base de lançamento espacial de Sohae — em direção ao mar Ocidental (nome dado nas duas Coreias ao mar Amarelo).

Apenas dois minutos depois de localizar o lançamento, os radares sul-coreanos voltaram a detetar o projétil “como um grande aglomerado de fragmentos nas águas norte-coreanas”, indicando que o foguetão falhou em pleno voo.

A Coreia do Norte somou assim mais um fracasso ao seu programa espacial, após dois lançamentos falhados do foguetão Chollima-1 na primavera e no verão de 2023.

Em novembro, Pyongyang conseguiu finalmente lançar com êxito o foguetão e colocar em órbita o seu primeiro satélite espião, o Malligyong-1.

A Coreia do Norte afirmou no início deste ano que iria lançar mais três satélites espiões “Malligyong” até 2024.

Para o êxito do lançamento de novembro, acredita-se que tenha sido fundamental a ajuda da Rússia, que foi muito reforçada depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, terem realizado uma cimeira, em setembro de 2023.

Washington, Seul e Tóquio condenam estes lançamentos espaciais norte-coreanos, argumentando que representam uma violação das sanções da ONU, que proíbem Pyongyang de utilizar tecnologia de mísseis balísticos.