O Ministério Público abriu um inquérito relacionado com as manifestações organizadas pelo grupo de extrema-direita 1143 que aconteceram em Lisboa, a 3 de fevereiro, e no Porto, a 6 de abril, confirmou a Prcuradoria-Geral da República ao Observador. Para já, não foram adiantados mais detalhes sobre o inquérito, mas o mesmo terá resultado dos relatórios enviados pela PSP, feitos depois das manifestações.

A questão foi abordada esta quarta-feira por Margarida Blasco, ministra da Administração Interna, durante uma audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a propósito dos crimes de ódio, e na sequência de uma pergunta do Bloco de Esquerda, na qual o deputado Fabian Figueiredo quis saber se a tutela considera que o grupo de extrema-direita 1143 pode organizar manifestações, como aconteceu em Lisboa e no Porto, tendo em conta a base discriminatória deste grupo. Em resposta, a ministra da Administração Interna disse apenas estar à espera do relatório elaborado pelas forças de segurança relacionado com a manifestação do Porto e adiantou que os relatórios seguem sempre para o Ministério Público.

No Camões, gritou-se “Portugal é nosso”. O Intendente respondeu com um “We love Portugal”

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“Relativamente às autorizações, confio plenamente na PSP. Em termos de como é que se passou, estou à espera do relatório, porque pedi o relatório. O que posso dizer é que os relatórios são enviados de imediato para o Ministério Público para possível abertura de inquérito”, explicou Margarida Blasco.

Em relação à manifestação organizada pelo grupo liderado por Mário Machado na cidade de Lisboa, a PSP deu, inicialmente, um parecer negativo à realização da mesma. O mote da manifestação foi “contra a islamização da Europa” e o grupo 1143 queria protestar na zona do Martim Moniz. O parecer negativo da PSP motivou a Câmara Municipal de Lisboa a decidir não autorizar a realização daquele protesto, que veio depois a acontecer no Largo de Camões, tendo terminado à frente do edifício do município. Na altura, a PSP considerou que existia “um elevado risco de perturbação grave e efetiva da ordem e da tranquilidade pública”.

Confrontos no Porto em manifestação anti-imigração

Na cidade do Porto, o parecer das autoridades foi positivo e realizou-se sem qualquer impedimento da Câmara Municipal do Porto. No entanto, foram registados confrontos, uma vez que a manifestação da extrema-direita “Menos Imigração, Mais Habitação” estava próxima de uma contra-manifestação “Contra o Fascismo” marcada para o mesmo dia e mesma hora.