A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, definiu este sábado um objetivo para estas eleições europeias. “Queremos fazer em Bruxelas o que fazemos em Roma: construir o centro-direita na Europa e enviar para a oposição a esquerda que tantos danos causaram ao nosso continente”, afirmou a cabeça de lista dos Irmãos de Itália (FdI, na sigla italiana), citada pelo canal estatal italiano RAI. 

Num evento partidário em Roma dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni assinalou que esse “objetivo não está longe”, no que parece ser uma aproximação à atual presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao seu grupo europeu, o Partido Popular Europeu (PPE). A primeira-ministra italiana não tem escondido as suas boas relações com a dirigente comunitária alemã, querendo forjar uma aliança à direita no hemiciclo europeu.

Itália é, neste momento, governada por uma coligação à direita, formada pelos Irmãos de Itália (pertencente ao grupo europeu dos Conservadores e Reformistas Europeus), pela Liga de Matteo Salvini (pertencente à Identidade e Democracia, que junta partidos da direita radical à extrema-direita) e pela Forza Italia (força política que pertence ao Partido Popular Europeu). A primeira-ministra italiana parece querer replicar esta solução a nível comunitário.

Giorgia Meloni aproveitou ainda para atirar contra os partidos de esquerda, acusando-os de divulgar “fake news”. Além disso, a primeira-ministra de Itália defendeu que a União Europeia deve deixar que os “Estados nacionais” tomem decisões em temáticas, que, a seu ver, “não devem ser centralizadas”. Desejando apostar na soberania de cada Estado-membro, a chefe do executivo italiano sinalizou que, se isso não acontecer, o continente europeu “continuará a ser um gigante burocrático e um anão político”. 

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Itália será uma “protagonista” na Europa, promete Giorgia Meloni

No entender de Giorgia Meloni, Itália ganhará o estatuto de “protagonista” na política europeia após o dia 9 de junho. “Querem evitar que a Itália se sente às mesas na União Europeia, mas isso já não funciona. Itália sentar-se-á nessas mesas como protagonista”, assegurou a primeira-ministra italiana, declarando a abertura de uma nova era. Estas eleições europeias serão, prosseguiu, uma “oportunidade para arquivar para sempre” o papel secundário de Roma na UE.

Apelando ao voto, a primeira-ministra de Itália considera que se deve explicar aos italianos “o quão decisivas” são estas eleições. “A União Europeia decide a nossa vida quotidiana”, recordou, pedindo aos eleitores que votem nos Irmãos de Itália: “Ganhámos o campeonato e agora temos de ganhar a Liga de Campeões”.