Uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF aponta para uma descida na popularidade do Presidente da República, que recebeu quase duas avaliações negativas (60%) por cada nota positiva (32%). O DN nota que, comparando Marcelo Rebelo de Sousa com os líderes dos nove maiores partidos só André Ventura está pior.
Os resultados são bem diferentes da última destas sondagens sobre a opinião dos portugueses sobre Marcelo Rebelo de Sousa. Divulgada em abril, apontava que 32% estavam satisfeitos com o Chefe de Estado, com apenas 25% a dar-lhe nota negativa. Por essa altura uma maioria expressiva apontava para a necessidade de um Presidente mais interventivo na nova legislatura (62%). Passados dois meses o balanço é negativo. Os resultados dão conta da pior avaliação de que há registo nesta série de barómetros.
Os dados da Aximage nada dizem sobre as razões para a perda de popularidade. No entanto, uma possível explicação para este resultado, diz o DN e o JN, são os comentários de Marcelo na véspera do 25 de Abril, perante correspondentes da imprensa estrangeira. Na altura, o Presidente comentou as personalidade de António Costa e Luís Montenegro — falou sobre o estilo “lento” e “oriental” do primeiro e a origem “urbano-rural” do segundo –, defendeu a reparação às ex-colónias, revelou e justificou o corte de relações com o filho.
De notar que, face às sondagens anteriores, desapareceu a opção “nem bem, nem mal”. Os inquiridos tinham, por isso, de dar nota positiva, negativa ou não dar a sua opinião sobre o assunto.
Este mês, o saldo é negativo em todos os segmentos da amostra (regiões, género, idades, classe social) e inclui até os eleitores da AD (défice de 21 pontos). O presidente tem pior imagem entre os homens e nas duas faixas etárias mais velhas.
A sondagem também olha para o nível de confiança dos inquiridos quanto ao Presidente da República e o primeiro-ministro, Luís Montenegro. Nesta área Marcelo tem maior confiança (32%), mas apenas por dois pontos percentuais. Luís Montenegro chega aos 30%.
O trabalho de campo para a sondagem decorreu entre 17 e 22 de maio de 2024. A amostra contou com 801 entrevistas válidas (697 entrevistas online e 104 entrevistas telefónicas).