A Autoridade da Concorrência (AdC) voltou a demonstrar oposição à aquisição da operadora Nowo pela Vodafone. O jornal Público avançou esta terça-feira que os novos compromissos apresentados pela empresa, após a oposição da AdC ao negócio em março, terão sido novamente rejeitados pelo regulador.

“A Vodafone confirma ter sido informada do sentido provável de decisão da Autoridade da Concorrência (AdC) relativamente à aquisição da Nowo, que, opondo-se uma vez mais a esta operação, poderá inviabilizá-la”, diz fonte oficial da operadora ao Observador. “Reiteramos a discordância da Vodafone face a essa posição e continuaremos a acompanhar o processo, aguardando pela decisão final da AdC.”

Concorrência chumba compra da Nowo pela Vodafone

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Observador contactou a AdC a propósito desta oposição ao negócio, aguardando resposta.

Vodafone anuncia acordo para comprar a Nowo. Negócio encontra-se sujeito à aprovação da Autoridade da Concorrência

A operação de aquisição foi anunciada em setembro de 2022. Em março, o regulador confirmou “que emitiu um projeto de decisão no sentido de oposição à operação”, justificando que a Vodafone, “embora tenha apresentado vários pacotes de compromissos, falhou em demonstrar que esta aquisição não teria impacto negativo na concorrência”. Por exemplo, o regulador referiu que temia que, caso a Vodafone comprasse a Nowo, houvesse um “aumento dos preços nas tarifas praticadas pelas operadoras nos serviços móveis e nos fixos”.

Antes disso, em janeiro, a AdC já tinha chumbado uma proposta de compromissos apresentada pela Vodafone.

[Já saiu o quarto episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio, aqui o segundo episódio e aqui o terceiro episódio]

Como fica a vida da Nowo depois do travão da Concorrência à fusão com a Vodafone?

Pelos últimos números conhecidos, que foram anunciados quando a Vodafone comunicou o acordo de compra, a Nowo tinha “cerca de 250 mil subscritores do serviço móvel e 140 mil clientes do acesso fixo”.