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A polícia francesa iniciou uma investigação sobre uma possível participação russa no caso dos caixões deixados nos arredores da Torre Eiffel com bandeiras francesas e referências a Ucrânia.
Na manhã do último sábado, câmeras de segurança filmaram o momento em que uma carrinha de matrícula búlgara estaciona perto do monumento e dois homens retiram cinco caixões onde se lia “soldados franceses na Ucrânia”.
Caixões com referências à Ucrânia colocados ao pé da Torre Eiffel em Paris
Quando detidos, os dois homens, de nacionalidade alemã e ucraniana, e o motorista, de nacionalidade búlgara, afirmaram ter sido pagos e que precisavam do dinheiro por estarem desempregados.
Devido às suspeitas de envolvimento russo, as autoridades da França acreditam que as frases nos caixões sejam uma resposta à possibilidade levantada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, de enviar tropas à Ucrânia.
Macron reafirma que poderão ser necessárias operações militares do Ocidente na Ucrânia
Através dos depoimentos dos arguidos à polícia e de dados presentes no telefone do motorista búlgaro, as autoridades foram capazes de estabelecer uma relação entre o acontecimento com um caso ocorrido no mês anterior.
No meio de maio, um caso de vandalismo contra o Museu do Holocausto em Paris chocou a França, quando 35 mãos foram pintadas com tinta vermelha nos muros do monumento.
Apesar de os mandantes deste outro evento não terem sido identificados, fotos do crime foram publicadas em contas associadas ao aparelho russo de desinformação, Doppelgänger, e levantaram suspeitas de uma interferência por parte da Rússia. As autoridades francesas identificaram ainda uma grande semelhança entre os “modus operandi” destes casos com um terceiro.
Em outubro do ano passado, um casal moldavo foi preso após gravarem mais de duzentas estrelas de David ao longo de diversos bairros da capital francesa. Ao serem interrogados sobre a motivação do ato, afirmaram que este foi encomendado por um antigo político pró-Rússia do seu país.
Nos três casos, os infratores eram acompanhados de outras pessoas responsáveis por tirarem fotografias e vídeos, em ações que a polícia francesa acredita terem sido coordenadas pela agência de informações russa FSB, avança o Le Monde.
