A plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR anunciou esta sexta-feira que vai apresentar uma “última contraproposta” sobre o subsídio de risco para “dar possibilidade” ao Governo de resolver a questão “de forma responsável”.
Em declarações aos jornalistas, ao início da tarde, no Porto, à margem de uma reunião da plataforma, o porta-voz desta estrutura que congrega 11 sindicatos da PSP e associações da GNR considerou que os valores da última proposta da ministra da Administração Interna, que foi recusada na terça-feira, não “significam migalhas” mas que “ficam muito aquém” do pretendido por aqueles profissionais.
Estamos a acabar de consolidar uma última contraproposta possível para também permitir ao Governo, que siga uma linha de forma responsável e séria para que possa ainda conseguir fechar um acordo que é um acordo que todos os polícias e militares pretendem e que ainda assim, mesmo que fique por ora aquém daquilo que idealmente foi solicitado, consiga manter-se dentro de um limiar de dignidade“, explicou Bruno Pereira, também presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia.
O Governo propôs na terça-feira um aumento de 300 euros no suplemento de risco da PSP e GNR, valor que será pago de forma faseada até 2026, passando o suplemento dos atuais 100 para 400 euros.
Segundo a proposta, os 300 euros de aumento seriam pagos por três vezes, sendo 200 euros em julho e os restantes no início de 2025 e 2026, com um aumento de 50 euros em cada ano.
Com esta proposta, a vertente fixa do atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança passa dos 100 para os 400 euros, mantendo a vertente variável de 20% do ordenado base dos militares da GNR e polícias da PSP.
Sem querer adiantar o valor e o teor da nova proposta que será apresentada, o presidente do sindicato que representa a maioria dos comandantes e diretores da PSP considerou que o “ónus de convocar” os sindicatos para uma nova reunião passa a ser da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.
“A proposta que a plataforma apresentou como limiar de dignidade foram 400 euros mas existem outras formas possíveis de o poder fazer e é isso que estamos a deliberar para poder dar aqui uma última possibilidade ao Ministério e ao Governo para poder solucionar esta questão por ora, sem prejuízo de outras medidas complementares que sejam benéficas para a dignidade da função e destes milhares de profissionais”, disse o sindicalista.
Bruno Pereira deixou ainda um aviso: “Tendo em conta que iremos apresentar esta contraproposta final, se ela for acolhida admitimos que possa haver acordo, se não for, naturalmente iremos prosseguir formas de luta, de contestação, reivindicação“.
E continuou: “Tendo em conta que consideramos que passados todos estes meses com um alargado consenso, debate e consciencialização à volta do que estamos a discutir, ficar por meio, ou apenas por meio, por muito que não olhemos para ele [o valor proposto pelo MAI] como um valor que signifique migalhas, fica muito aquém daquilo que é um plano de igualdade”.
Na última reunião com Margarida Blasco, a plataforma apresentou uma proposta para encurtar a distância entre a proposta do Governo e a que foi inicialmente defendida pela plataforma, que passava por um aumento de cerca de 600 euros.
Durante aquela reunião, os sindicatos propuseram um valor mais baixo, tendo colocado em cima da mesa um aumento de 400 euros pago por três vezes: 200 este ano, 100 em 2025 e outros 100 em 2026.