Está dado o pontapé de saída no quarto dia de competição e no Grupo E do Campeonato da Europa. Roménia e Ucrânia abriram as hostilidades, numa partida que teve como palco a Allianz Arena, em Munique. Apesar de, anteriormente, nunca se terem defrontado em jogos oficiais, a partida desta segunda-feira revelava-se importante, não só por ser no maior palco do futebol europeu, mas também devido ao equilíbrio que se perspetiva para o grupo que contém ainda a Bélgica e a Eslováquia. Logo, todos os pontos contam.

Catalogada como a seleção menos valiosa desta fase final, com menos de 100 milhões de euros de valor de mercado, a tricolor foi uma das equipas sensação da fase de qualificação, já que se apurou para o Europeu em primeiro lugar à frente da Suíça, sem qualquer derrota e fez da sua defesa o elo mais forte de uma equipa sem grandes individualidades. Ao todo, a Roménia sofreu apenas cinco golos nos dez jogos realizados.

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Na mesma toada estavam os azuis e amarelos, que regressaram ao Europeu oito anos depois. Apesar do forte contexto de instabilidade que assola o seu país e que obriga a seleção ucraniana a disputar os jogos na condição de visitado noutros países, a equipa de Serhiy Rebrov causou muitas dificuldades a Inglaterra e Itália, mas só conseguiu garantir o apuramento no playoff. Contudo, a Ucrânia fechou a campanha com apenas dez golos sofridos em outros tantos jogos.

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Nesse sentido, o benfiquista Trubin foi suplente numa Ucrânia que se apresentou sem surpresas no onze inicial e balanceada para o ataque. Já a Roménia continuou com a equipa base, embora Coman tenha substituído Mihaila no ataque. Com o apito inicial do árbitro Glenn Nyberg, a formação ucraniana assumiu o controlo da posse de bola e tentou encontrar espaço nas costas da defesa romena. Sem grande sucesso.

Os tricolores tentaram responder ao domínio adversário após o equador do primeiro tempo, mas a bola continuou a circular longe das balizas de Nita e Lunin e a intensidade baixou. Até que, numa jogada em que a defesa ucraniana sucumbiu à pressão romena, Stanciu desferiu um grande pontapé para o fundo da baliza do guarda-redes do Real Madrid, que cometeu um erro clamoroso ao colocar a bola nos pés de Man. Na reta final do primeiro tempo, a Roménia continuou mais perigosa e, depois de Man ficar perto do golo (38′), Stanciu acertou na trave de canto direto (39′). Dessa forma, o marcador seguiu intacto para a segunda parte.

Determinada a reverter a tendência do primeiro tempo, a Ucrânia manteve a postura na etapa complementar, e o futebol muito previsível foi presa fácil para a estruturada defesa romena. No ataque, nada mudou e, a cada remate, a Roménia ia ficando cada vez mais perto do golo, que apareceu aos 53 minutos, através de mais um grande remate de fora da área, desta feita de Razvan Marin. Pouco depois, o resultado ganhou contornos de goleada, quando, na sequência de um canto, Dragus fuzilou a baliza de Lunin (57′).

Com o resultado feito, a parte final da partida serviu apenas para lançar jogadores em campo. Rebrov arriscou no ataque, mas não foi coroado com o tento de “honra”, com Sudakov (77′) e Mudryk (84′) a ficarem muito perto de marcar. Deste modo, a Roménia entrou da melhor forma no Campeonato da Europa e isolou-se, à condição, no topo do seu agrupamento.

A pérola

  • Aos 31 anos, Nicolae Stanciu é o capitão e o jogador mais experiente da formação da Roménia, repetindo a presença num Europeu oito anos depois. Apesar de caminhar a passos largos para o término da sua carreira, o médio dos sauditas do Dumac FC continua a mostrar a sua importância dentro de campo. Na primeira oportunidade que teve, fez o golo e colocou a sua equipa no trilho de uma exibição para mais tarde recordar.

O joker

  • Dennis Man atua no histórico Parma, que este ano conseguiu a subida à Serie A, e é um dos jogadores de maior calibre da seleção romena. Apesar da equipa estar longe das melhores no panorama europeu, o extremo mostrou que é jogador para outros patamares. Esteve em campo 62 minutos, tempo suficiente para ser uma grande dor de cabeça para a defesa ucraniana com as suas arrancadas. Ficou ligado a dois golos e só faltou mesmo ter faturado.

A sentença

  • Com uma entrada tão autoritária, será impensável não ver a Roménia terminar o grupo nas duas primeiras posições. Ainda assim, o próximo objetivo passa por pontuar diante da Bélgica, na segunda jornada, de modo a ficar praticamente apurada para a fase eliminar. Chegar aos oitavos de final é o grande objetivo desta seleção. Já a Ucrânia está em pior situação e precisa obrigatoriamente de pontuar frente à Eslováquia para evitar a eliminação.

A mentira

  • Tudo mudou ao minuto 29. Depois de uma grande entrada da Ucrânia, um erro crasso de Lunin e da defesa ucraniana deitou tudo a perder. A Roménia ainda não tinha rematado e, na primeira oportunidade, colocou-se em vantagem com um grande golo. A partir daí os romenos foram mais perigosos e, com o grande apoio dos seus adeptos, esteve sempre confortável. Depois da grande temporada no Real Madrid, o guarda-redes não merecia isto.