Um tribunal de Teerão condenou esta terça-feira a prémio Nobel da Paz Narges Mohammadi a mais um ano de prisão por “propaganda contra o sistema” quando criticou a imposição do véu e apelou ao boicote das eleições legislativas.
O advogado da ativista, que está presa desde 2021, anunciou que no “veredicto emitido pela 29.ª câmara do Tribunal Revolucionário de Teerão, Narges Mohammadi foi condenada a um ano de prisão por propaganda contra o sistema”.
Entre os exemplos e as razões que levaram a esta sentença estão as suas palavras sobre a Sra. Dina Qalibaf, a sua carta sobre o boicote às eleições parlamentares e a carta dirigida aos parlamentos sueco e norueguês”, acrescentou Mostafa Nili na rede social X.
A ativista, de 51 anos, detida na prisão de Evin, em Teerão, foi condenada seis vezes desde 2021 a um total de 13 anos e três meses de prisão e 154 chicotadas, entre outros castigos.
Apesar das condenações e da prisão, a ativista continuou a denunciar as violações dos direitos humanos no Irão, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra as mulheres que não usam o véu islâmico.
Em abril, Mohammadi denunciou a nova campanha para reimpor o uso do hijab e afirmou que as autoridades iranianas transformaram as ruas do país num “campo de batalha contra as mulheres”.
Apesar das suas condenações e da sua prisão, a ativista continuou a denunciar as violações dos direitos humanos no Irão, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra as mulheres que não usam o véu islâmico.
Em abril, Mohammadi denunciou a nova campanha para reimpor o uso do hijab e afirmou que as autoridades iranianas transformaram as ruas do Irão num “campo de batalha contra as mulheres“.
A ativista denunciou a agressão à jovem Dina Qalibaf, detida em meados de abril pela chamada polícia da moralidade por não usar o lenço islâmico.
Depois de ter sido libertada, Dina Qalibaf afirmou na sua conta do X que foi agredida com um taser por um agente durante a sua detenção, tendo sido encarcerada na prisão de Evin, em Teerão.
Dina Qalibaf (#دینا_قالیباف), a Bachelor's student in Political Science at Beheshti University in Tehran, was arrested today by security forces at her home. Yesterday, she revealed the physical and verbal abuse she experienced during her arrest by police officers in the metro for… pic.twitter.com/YGgBEBbPAz
— WE ARE IRANIAN STUDENTS (@wais_global) April 16, 2024
Mohammadi apelou igualmente ao boicote das eleições legislativas de março de 2024, que registaram a taxa de participação mais baixa (41%) dos últimos 45 anos da Revolução Islâmica.
No final do ano passado, enviou uma carta aos parlamentos norueguês e sueco afirmando que a República Islâmica não representa o povo do Irão, pelo que foi esta terça-feira condenada.
A ativista foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz de 2023 “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos”.