Akio Toyoda foi esta terça-feira reeleito presidente do conselho de administração da Toyota, mas não sem queixas, uma vez que alguns acionistas o consideraram responsável pelos escândalos na certificação de veículos.

O presidente, de 68 anos, foi reeleito na assembleia geral anual realizada na sede do grupo na cidade de Toyota (centro do Japão), mas o índice de aprovação só será publicado na quarta-feira, disse um porta-voz à agência de notícias France-Presse.

No entanto, o resultado poderá ser inferior ao do ano passado (85%) e ainda mais distante dos anos anteriores, quando era diretor-geral.

Duas grandes empresas internacionais de consultoria em matéria de votação em assembleias gerais, Glass Lewis e Institutional Shareholder Services (ISS), recomendaram que os acionistas do gigante japonês automóvel votassem contra a reeleição de Toyoda este ano, por considerarem o dirigente o principal responsável pelos escândalos recentes.

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Nos últimos anos, foram divulgadas irregularidades nos testes de certificação de veículos para o mercado japonês no seio do grupo, primeiro em algumas das filiais (Hino Motors, Daihatsu, Toyota Industries) e, desde o início de junho, na própria Toyota.

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Embora o impacto financeiro destes casos seja pouco significativo para o grupo, prejudicaram a imagem no Japão, onde a Toyota gostava de se considerar um modelo de boa governação.

No ano passado, Toyoda entregou as rédeas da gestão a Koji Sato, de 54 anos. Mas alguns observadores apontaram que Akio Toyoda, neto do fundador do grupo, pode ainda interferir nas decisões nos bastidores.