Mais um turista foi encontrado sem vida numa ilha da Grécia. É a quinta vítima, nas últimas duas semanas, cuja morte está a ser associada às altas temperaturas que se fazem sentir no país. Pelo menos duas turistas francesas e um turista norte-americano estão ainda desaparecidos em circunstâncias idênticas às das vítimas mortais — saíram para passear ou fazer caminhadas enquanto se registavam temperaturas a rondar os 40º.
O corpo do turista encontrado nesta segunda-feira, um cidadão norte-americano de 55 anos, ainda não foi formalmente identificado. Segundo o jornal Telegraph, o homem tinha sido visto pela última vez na terça-feira da semana passada e o seu corpo foi encontrado por um banhista perto do porto da ilha grega de Mathraki.
Na semana passada, a morte do apresentador de televisão da BBC Michael Mosley chocou o mundo. O homem de 67 anos foi encontrado morto na ilha de Symi cinco dias depois de a sua mulher o ter dado como desaparecido.
Apresentador da BBC encontrado morto em ilha grega terá morrido de causas naturais
Após terem sido afastadas motivações criminosas ou qualquer tipo de intervenção externa na morte de Mosley, a análise das autoridades gregas apontou para uma grande probabilidade de o apresentador ter morrido de exaustão, depois de se ter enganado no caminho de regresso ao hotel em que estava alojado e de ter subido as colinas rochosas da ilha, ficando exposto a altas temperaturas durante horas a fio.
Antes deste caso, de maior exposição mediática, já tinham sido registadas três mortes. A de um turista holandês de 74 anos em circunstâncias associadas ao calor intenso na região — sofreu um ataque cardíaco na ilha de Samos, enquanto caminhava. Tinha-se mudado recentemente para a ilha e foi dado como desaparecido pela sua mulher.
Segundo a Reuters, já tinham sido encontrados sem vida dois turistas em Creta. Uma turista francesa de 70 anos morreu quando caminhava numa praia deserta entre Kouremenos e Zakros, em Sitia. Os paramédicos responderam ao pedido de socorro, mas a mulher acabou por morrer. A 5 de junho, um outro turista holandês, de 67 anos, teve um colapso e morreu de ataque cardíaco quando atravessava o desfiladeiro de Mylon, em Rethymno, Creta, quando as temperaturas atingiram os 40ºC.
Duas mulheres francesas, de 73 e 64 anos, foram também dadas como desaparecidas em Sikinos, uma pequena ilha do Mar Egeu. Uma delas conseguiu enviar uma mensagem de socorro ao proprietário do hotel onde estava alojada. Em Amorgos, estão a decorrer buscas por um outro turista norte-americano, de 59 anos, que saiu para fazer um trilho e continua desaparecido desde então.
Nas primeiras semanas de junho, a Grécia registou temperaturas recorde, com os termómetros a atingir os 43ºC em muitas zonas do país. As autoridades gregas encerraram as escolas e a Acrópole de Atenas, o local mais visitado do país, nos dias de maior calor. Apesar de não ser incomum o país ser atingido por temperaturas extremas durante o verão, meteorologistas indicam que a atual onda de calor foi a mais precoce, ainda antes do verão, de que há registo.
