Chegou a altura de mais um grande jogo neste Europeu. É certo que as partidas até estão a superar as expetativas, mas nada melhor que um duelo entre dois históricos e dois candidatos ao título para encerrar o dia. E, a juntar a isso, um duelo que prometia decidir o primeiro lugar do Grupo D. Com o triunfo de Países Baixos e França na primeira jornada, era “apenas” isso que estava em jogo.

Na partida inaugural, os neerlandeses não deslumbraram, mas conseguiram uma importante vitória frente à Polónia, com direito a reviravolta (1-2). Longe da que conquistou a Europa no século passado, esta formação dos Países Baixos vale pela defesa e o meio-campo, já que o ataque esteve muito aquém na primeira jornada. O talento e a qualidade estão lá, mas numa prova tão curta precisam de aparecer rapidamente.

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A exibição dos franceses frente à Áustria não foi melhor, mas acabou por ser mais tranquila (0-1). Ainda assim, Mbappé saiu lesionado, partiu o nariz e os últimos dias ficaram marcados pelas questões sobre a utilização do astro gaulês, com recurso a uma máscara facial de proteção. Com ou sem o avançado que vai rumar ao Real Madrid na próxima época, o historial mais recente jogava a favor de França, que venceu os Países Baixos nos dois jogos da fase de qualificação.

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As dúvidas depressa ficaram desfeitas, já que Mbappé acabou por sentar-se no banco de suplentes e Rabiot foi promovido à titularidade. Na equipa de Ronald Koeman, Frimpong foi a única novidade. O apito inicial de Anthony Taylor trouxe um início com ocasiões de perigo e os guarda-redes a evidenciarem-se. Primeiro, Maignan parou o remate de Frimpong (2′) e, pouco depois, Verbruggen voou para defende o tiro de Griezmann (4′). O jogador do Atl. Madrid voltou a aparecer em evidência antes do fecho do primeiro quarto de hora mas, com tudo para fazer o golo, falhou a bola (14′). A laranja respondeu por Gakpo, obrigando Maignan a novo voo (16′).

A partir dessa ocasião, a formação de Didier Deschamps assumiu o controlo do jogo e, em ataque posicional, foi procurando desmontar a defesa neerlandesa que, em contrapartida, estava determinada em atacar a baliza de Maignan com transições rápidas. Na reta final do primeiro tempo, o ritmo do jogo baixou e a partida ficou mais física e quezilenta, com o nulo a imperar ao intervalo.

Na etapa complementar a toada não mudou, embora as ocasiões de perigo tenham demorado a aparecer. Só aos 60 minutos Marcus Thuram tentou o golo com um remate à entrada da área, mas a bola saiu ao lado. Pouco depois, na sequência de um cruzamento, Tchouameni elevou-se e cabeceou com perigo (63′). Até que a bola voltou a encontrar Griezmann sozinho dentro da área e, com tudo para marcar, o francês voltou a não conseguir acertar na bola em condições (66′).

Apesar do domínio, os Países Baixos aproveitaram uma bola perdida pela defesa francesa para inaugurar o marcador, o mas o tento de Xavi Simons acabou anulado pelo VAR que, após vários minutos de análise, considerou que a ação de Maignan foi importunada pelo fora de jogo posicional de Dumfries (72′). A entrada em campo de Giroud ainda trouxe alguma emoção ao jogo, mas o empate sem golos prevaleceu no final.

A pérola

  • Ao longo destes oito dias de competição na Alemanha, nem tem sido normal os guarda-redes terminarem as partidas na pole position da corrida ao prémio de homem do jogo mas a verdade é que Bart Verbruggen rubricou uma grande exibição diante da vicecampeã do mundo. Um dos destaques foi a defesa ao remate de Griezmann, praticamente à queima-roupa, que podia ter decidido o jogo na parte final.

O joker

  • Adrien Rabiot foi o escolhido para substituir o insubstituível Kylian Mbappé… e conseguiu. Naturalmente mais recuado no terreno do que o jogador do Real Madrid, Rabiot voltou ao papel de médio-ala em que deslumbrara anteriormente com Didier Deschamps. Terminou a partida com apenas dois passes falhados e uma grande oportunidade criada.

A sentença

  • Antes desta partida as contas eram simples e continuam acessíveis. Países Baixos e França precisam apenas de pontuar na derradeira jornada, frente a Áustria e Polónia, respetivamente, para seguirem em frente. Caso continuem empatadas, os golos vão decidir quem termina no primeiro lugar, apesar de os neerlandeses estarem, para já, em vantagem. A única certeza é a eliminação polaca.

A mentira

  • Não foi o melhor frente à Áustria e esteve longe de deslumbrar, mas a ausência de Kylian Mbappé acabou por pesar demasiado na equipa francesa. Sem a referência ofensiva, a formação de Deschamps tentou colmatar essa ausência com Griezmann e Thuram, mas nem um nem o outro entregaram o que o capitão entrega, principalmente no capítulo da finalização.