Dezenas de jovens escreveram cartas a autarcas do Porto e Lisboa a pedir para serem incluídos nas decisões municipais sobre o impacto das alterações climáticas e colaborar na criação de “um futuro mais sustentável”.

“Concluímos com um apelo à ação imediata de inclusão da juventude nos processos de negociação e decisão para o clima“, referem as duas missivas para os autarcas — uma sobre temas do Norte, da Área Metropolitana do Porto e sobre o Porto, e uma semelhante sobre a zona de Lisboa e a que a Lusa teve acesso.

Os jovens estão “dispostos e capacitados para colaborar na criação de um futuro mais sustentável e justo para todos”, sublinham, mostrando-se disponíveis para agendar sessões de trabalho com os decisores políticos da Área Metropolitana do Porto e de Lisboa.

As cartas foram escritas na III Conferência Local da Juventude que decorreu no sábado, em simultâneo e pela primeira vez de forma descentralizada, nestas duas cidades.

As Conferências Locais da Juventude (LCOYs) são eventos da YOUNGO, rede global de jovens que representa oficialmente a juventude na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas.

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Nessas, os subscritores referiram que a transição para um território adaptado aos impactos da crise climática e de baixo carbono envolve diversos desafios, sendo um deles “empoderar a juventude e as gerações futuras” para os desafios que terão de enfrentar.

Por isso, os jovens querem ser envolvidos nos processos de tomada de decisão a nível local através da consulta às federações associativistas, organizações, entidades e coletivos jovens.

Além disso, os subscritores defendem a criação de incentivos públicos para as populações locais adotarem comportamentos mais sustentáveis, sugerindo, a título de exemplo, impostos reduzidos para produtos e serviços comprovadamente ecológicos.

Aumentar a rede e a eficiência da recolha de resíduos sólidos, plantar mais árvores junto das paragens de autocarro, desenvolver hortas comunitárias em terrenos não utilizados, criar espaços para jovens ativistas ambientais, incentivar a instalação de sistemas de reutilização de águas cinzentas em residências e empresas ou limitar o tráfego automóvel no centro urbano são algumas das recomendações feitas pelos jovens.

“Temos o poder e a responsabilidade de desviar o curso deste ‘meteoro’ que são as alterações climáticas, evitando uma nova era de extinção, desta vez causada pela ganância e inação. É tempo de reverter esta trajetória com medidas ambiciosas e decisivas”, concluíram.