Luís Montenegro esteve este domingo no encerramento do Congresso da JSD (onde se elegeu o novo presidente, João Pedro Louro) e preparou um discurso à medida da audiência, elencando todos os motivos pelos quais este Governo tem um “compromisso total” com a juventude portuguesa. Mas nem só de medidas para os mais jovens se fez o discurso e o primeiro-ministro não deixou passar a oportunidade de deixar um recado às oposições, acabando por se dirigir diretamente a PS e Chega para deixar um desafio: “A melhor maneira de se juntarem aos portugueses é juntarem-se ao Governo”.

A estratégia do Governo para a juventude, e as decisões que já foi tomando nesse sentido, foram o trampolim para Montenegro dar início ao ataque à oposição: “Estes exemplos demonstram que nas oposições há muitos faladores, mas no Governo há muitos fazedores“, disparou, anunciando que o Executivo “não está aqui para proclamar, mas para decidir e governar”.

Depois, dirigiu-se então ao PS e ao Chega, nomeando-os e acusando um e outro de terem vontade de se “juntar”, enquanto o PSD está mais interessado em “juntar-se com Portugal e os portugueses para resolver os seus reais problemas”. O remate, feito em tom de desafio e numa altura em que os partidos se acusam mutuamente de estarem interessados em provocar uma crise política (já no próximo Orçamento do Estado?): “A melhor maneira de se juntarem aos portugueses é juntarem-se ao Governo para decidir bem o que são as principais necessidades da vida de cada português”.

Os recados políticos para a oposição ficaram dados. Mas também importava dirigir alguns recados aos jovens, uma relevante faixa de eleitorado que, em março, virou à direita mas se concentrou mais em partidos mais novos. Montenegro garantiu, desde logo, que tem um “compromisso total” com a juventude, que esse é um “pilar essencial” na estratégia do seu Governo, que escolhas como a de Sebastião Bugalho para encabeçar a lista das europeias ajudam a comprová-lo e que, resumindo, “a pedra de toque do projeto [do PSD] para Portugal tem a juventude no seu epicentro“.

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Defendendo que “dar à juventude esperança e confiança para poder ter futuro em Portugal é um desígnio nacional absolutamente prioritário” — até porque para Portugal ter um crescimento económico sustentado precisa “da juventude portuguesa a trabalhar no país e a dar tudo o que tem” — Montenegro foi enumerando exemplos das medidas que o Governo já tomou a pensar nos jovens, do IRS Jovem à isenção de IMT e imposto de selo, mas também no alargamento do alojamento estudantil, nos cheques-psicólogo e consultas de nutrição para os estudantes do ensino superior.

“Estamos a olhar para os jovens e a dizer: fiquem cá, têm um horizonte à vossa frente”, frisou, destacando ainda outras medidas — a contagem do tempo de serviço dos professores, o plano de emergência para a Saúde ou o plano para a imigração — que também são tomadas “a pensar na juventude”, que precisa de “acreditar na nossa capacidade económica e nos nossos serviços públicos”.

Ou seja, as medidas para a juventude devem ser transversais e não apenas dirigidas a eles — devem “juntar gerações”. “Foi isto que fizemos em menos de três meses e vai ser isto que vamos fazer nos próximos anos”, prometeu Montenegro. Isto se a prometida estabilidade — que pareceu mais uma vez pedir à oposição — se cumprir.