A garantia foi dada este domingo, 23 de junho de 2024: o Rock in Rio regressa daqui a dois anos e volta a acontecer no Parque Tejo, recinto que este ano acolheu o evento pela primeira vez — desde que o festival chegou a Lisboa, em 2004, todas as edições tinham acontecido no Parque da Bela Vista.

O último dia da edição que assinala os 20 anos do evento em Portugal serviu para anunciar as novidades, mas também para fazer o balanço dos quatro dias de concertos que se dividiram pelos dois últimos fins de semana.

De acordo com dados da organização, mais de 300 mil pessoas passaram pelo festival em 2024. “Tivemos três dias esgotados [15, com Scorpions como cabeças de cartaz; 16, com Ed Sheeran; e 23, com Doja Cat a fechar as atuações no Palco Mundo], coisa que nunca tinha acontecido antes no Rock in Rio Lisboa”, garantiu Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio

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O número de horas que o público passa no recinto aumentou — as entradas aconteceram mais cedo do que era habitual —, a operação de shuttle (que faz a ligação entre a estação de metro e comboio do Oriente e o Parque Tejo) teve mais de 30 mil pessoas por dia e houve uma redução de 30% da pegada carbónica associada à deslocação do público.

Foi evitada a produção de dez toneladas de resíduos, muito graças aos 500 mil copos reutilizáveis. A procura foi tanta que foi necessário reforçar a produção a meio do primeiro fim de semana.

Os geradores mais eficientes utilizados durante o Rock in Rio 2024 possibilitaram a redução de 80% de emissões no consumo de gasóleo e a redução de 15% de gasóleo nos geradores, mesmo  tendo este espaço mais 30.000m2 do que a Bela Vista.

A cobertura dos dois primeiros dias (15 e 16 de junho) em televisão foi vista por mais de 4,7 milhões de pessoas, quatro milhões acompanharam pela rádio e registaram-se mais de 18 milhões de impressões nos conteúdos multiplataforma (sendo uma trend nas redes sociais). A cobertura noticiosa contou com mais de dois mil artigos. Também no Brasil se publicaram cerca de três mil notícias sobre o que se ouviu e viu em Lisboa.

Além do público português, há cada vez mais pessoas que vêm de outros pontos do mundo. A venda internacional deste ano chegou a 106 países, entre eles Espanha, Reino Unido, Alemanha e Brasil.

Para Roberta Medina, isto significa que o festival “ganhou musculatura, já não é só o irmão mais novo [do Rock in Rio Brasil, que celebra 40 anos em 2024]”.

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, voltou a lembrar a visita “às escondidas” ao Parque Tejo — ainda antes da Jornada Mundial da Juventude, que em agosto de 2023, inaugurou aquela zona da cidade — com Roberta Medina e agradeceu várias vezes à organização “por estes 20 anos e por tudo o que fizeram por Lisboa. É muito comovente”.

Na conferência de imprensa de balanço da edição de 2024 deixou uma certeza: “Inovar é arriscar. Não quero ser presidente da Câmara para fazer tudo igual”. O Parque Tejo apresenta “uma oportunidade de inovação para os próximos 20 anos”, garantiu.

A partir de 15 de julho, o local abre parcialmente ao público porque “há muita gente que vem aqui ver a pala [criada para acolher o Papa Francisco nos eventos da JMJ]”, explicou Roberta Merdina.

A restante área irá reabrir aos poucos. Primeiro, porque é preciso desmontar todos os palcos e restantes estruturas inerentes a um evento desta dimensão; segundo, porque o Rock in Rio vai deixar infraestruturas novas — como já era hábito na Bela Vista após cada edição. Ficará construída “uma unidade permanente de casas de banho, praças para as pessoas passearem” e, ainda sem certezas, poderão também ser instaladas mesas para pic-nic.

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Segundo dados divulgados pela organização, relativos a um estudo com 1200 participantes realizado pela Multidados, 70% dos inquiridos estão satisfeitos com a mudança de recinto.

Todos estes números somados não deixam dúvidas à vice-presidente executiva do Rock in Rio e ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa. “Eu digo: eu fico”, garantiu Carlos Moedas. “Ficamos todos”, respondeu Roberta Medina.