O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, dirige esta terça-feira as cerimónias centrais alusivas ao 49 anos da independência nacional, as últimas em que participa como chefe de Estado, por estar a concluir o último de dois mandatos.

As cerimónias centrais do dia da independência, proclamada em 25 de junho de 1975, vão ser realizadas na Praça dos Heróis, em Maputo, com a presença de titulares de órgãos de soberania, dirigentes superiores do Estado e altos dignitários.

Nas províncias, as festividades oficiais serão dirigidas pelos governadores, replicando o ritual seguido pelas autoridades centrais na capital, principalmente as homenagens aos heróis nacionais da luta contra o colonialismo.

O chefe de Estado distingue ainda 851 cidadãos nacionais com a “Medalha Veterano da Luta de Libertação de Moçambique”, refere-se num comunicado da Presidência da República.

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“A distinção pelo chefe de Estado surge em reconhecimento da sua participação ativa na luta de libertação da pátria moçambicana, nas frentes da luta armada ou clandestina, do combate diplomático e da informação e propaganda”, diz-se na nota.

O Presidente da República delegou poderes ao secretário de Estado da cidade de Maputo e de todas as províncias do país para a imposição de insígnias dos títulos honoríficos e condecorações a cidadãos nacionais e pessoas coletivas, no dia 25 de junho, acrescenta-se no comunicado.

As cerimónias oficiais do dia da independência serão as últimas alusivas a esta data a ser dirigidas pelo atual Presidente moçambicano, uma vez que atinge em janeiro o limite máximo de dois mandatos permitidos pela Constituição e não pode concorrer nas próximas eleições presidenciais, agendadas para 9 de outubro, que vão decorrer em simultâneo com as legislativas, eleição dos governadores provinciais e das assembleias provinciais.

Presidente da republica de Moçambique diz que independência trouxe desenvolvimento em “vários sentidos”

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta terça-feira que o país registou desenvolvimento em “vários sentidos”, fruto da independência nacional conquistada há 49 anos, apontando o terrorismo como um desafio atual.

É legítimo afirmar que a união dos moçambicanos, firmada em 1962, [ano da fundação da Frente de Libertação de Moçambique] e os sacrifícios consentidos pelos nossos heróis durante os dez anos da luta pela nossa pátria valeram a pena“, afirmou Nyusi.

O chefe de Estado falava na Praça dos Heróis, em Maputo, durante o discurso alusivo às cerimónias centrais de celebração dos 49 anos da independência nacional, alcançada em 25 de junho de 1975.

Com a independência nacional, o país registou “um desenvolvimento em vários sentidos“, nas áreas da saúde, agricultura, educação, artes e cultura, energia, funcionalismo público e justiça, prosseguiu.

O Presidente moçambicano assinalou que o país conseguiu acabar em 1992 com a guerra civil de 16 anos e que a luta política trava-se atualmente nas urnas.

Filipe Nyusi considerou que o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, está a registar progressos.

“Dos 5.221 [guerrilheiros] abrangidos pelo DDR, até 20 de junho, 4.273 já tinham as suas pensões fixadas e 3.547 já estão em pagamento”, acrescentou.

“Apelamos aos antigos guerrilheiros que ainda não se apresentaram” para a regularização das suas pensões, que o façam “com maior brevidade para se encerrar o DDR”, disse, estimando que faltam 948 pessoas.

O chefe de Estado apontou os ataques terroristas na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, como um desafio à paz e segurança, defendendo a unidade nacional como instrumento para a vitória contra a violência armada naquela região.

“O grande desafio é controlar o terrorismo que perturba alguns distritos da província de Cabo Delgado, mas estamos convictos de que se estivermos unidos, vamos vencer”, declarou o Presidente moçambicano.

Cabo Delgado: movimentação de alegados terroristas cria pânico em Macomia

Em 25 de junho de 1975, o primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, e líder da Frelimo, proclamou a independência nacional, encerrando o capítulo da colonização portuguesa no território.

Insurgentes “sofreram as maiores baixas de todos os tempos em maio” garante Nyusi

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que os grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte do país, “sofreram as maiores baixas de todos os tempos” em confrontos com as forças governamentais, em maio.

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Os terroristas sofreram as maiores baixas de todos os tempos, centenas e centenas caíram no chão, ficaram fora de combate“, afirmou Nyusi

O chefe de Estado referiu-se aos “últimos desenvolvimentos” no teatro de guerra em Cabo Delgado, quando discursava nas cerimónias centrais do dia da independência nacional.

Os insurgentes sofreram grandes baixas, quando tentaram lançar um ataque de “alguma envergadura” à zona de Mbau, no distrito de Cabo Delgado, tendo sido travados por uma resposta conjunta das forças governamentais moçambicanas e do Ruanda.

“Mais uma vez, a nossa saudação a esses filhos que dia e noite trabalham para estabilizar a região”, referiu o chefe de Estado moçambicano.

Filipe Nyusi referiu que os rebeldes tentaram atacar Mbau, depois de terem fracassado na tentativa de ocupar a vila de Quissanga e de alastrar a sua ação ao sul da província de Cabo Delgado e de invadir distritos da província vizinha de Nampula.

Em março, os terroristas atacaram a vila de Quissanga, com alguma dimensão anormal, e as Forças de Defesa e Segurança tiveram contacto em resposta a esses atos, daí o inimigo abandonou a zona e passou a fazer ataques isolados”, frisou.

O chefe de Estado apontou os ataques terroristas na província de Cabo Delgado, como um desafio à paz e segurança, defendendo a unidade nacional como instrumento para a vitória contra a violência armada naquela região.

“O grande desafio é controlar o terrorismo que perturba alguns distritos da província de Cabo Delgado, mas estamos convictos de que se estivermos unidos, vamos vencer“, declarou o Presidente moçambicano.

Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

A população de outros distritos da província tem relatado a movimentação destes grupos de insurgentes, que provocam o pânico à sua passagem, nas matas, mas sem registo de confrontos, o que acontece numa altura em que os camponeses tentam realizar trabalhos de colheita nos campos de cultivo.

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, afirmou em 16 de junho que a ação das várias forças de defesa permitiu acabar com “praticamente todas” as bases dos grupos terroristas que operam em Cabo Delgado, que se limitam agora a “andar no mato”.