Os dois astronautas norte-americanos que estão a testar a nova nave espacial Starliner, da Boeing, deviam ter começado a regressar à Terra esta quarta-feira, mas em vez disso ainda estão na Estação Espacial Internacional (ISS). Barry Wilmore e Sunita Williams partiram da Florida e chegaram à estação espacial no dia 6 de junho, com previsão de permanecer a bordo da nave durante oito dias.
Uma semana transformou-se em 20 dias, após um adiamento que previa a permanência dos astronautas na estação mais tempo do que aquele que estava previsto. Findo esse prazo, esta quarta-feira, os problemas técnicos que o veículo enfrentou durante o percurso, incluindo fugas de hélio e propulsores que deixaram de funcionar abruptamente, parecem ainda não estar resolvidos, mesmo que a Boeing defenda que “não constituem uma preocupação para a missão de regresso”.
Os funcionários da NASA e da Boeing insistem que os astronautas não estão retidos e que as dificuldades técnicas não ameaçam a missão. A NASA afirmou que a nave espacial necessita de sete horas de voo livre para realizar um fim de missão normal e que “atualmente tem hélio suficiente nos seus tanques para suportar 70 horas de atividade de voo livre após a desacoplagem”.
“Estamos a levar o nosso tempo e a seguir o processo normal da equipa de gestão da missão”, afirma Steve Stich, gestor do Programa de Tripulação Comercial da NASA. “Estamos a deixar que os dados orientem a nossa tomada de decisões relativamente à gestão das pequenas fugas no sistema de hélio e ao desempenho do propulsor que observámos durante o encontro e a acoplagem”, lê-se no site da NASA.
Ainda não se sabe exatamente quando é que os astronautas poderão regressar à Terra. Um porta-voz da Boeing disse ao The Guardian que “ajustaram o regresso do Starliner Crew Flight Test para depois de duas caminhadas espaciais planeadas para segunda-feira, 24 de junho, e terça-feira, 2 de julho” e que “atualmente não têm uma data para o regresso, e avaliarão as oportunidades depois”.
O porta-voz também referiu que “a tripulação não está pressionada pelo tempo para deixar a estação, uma vez que há muitos abastecimentos em órbita e o calendário da estação está relativamente aberto até meados de agosto”.
A Boeing quer marcar o seu maior feito ainda em junho: transportar dois astronautas da NASA numa viagem de ida e volta à Estação Espacial Internacional, provando que a cápsula estará à altura de, no futuro, transportar tripulação e dar início à exploração espacial por não profissionais. Falta metade do caminho para atingir o objetivo a que a empresa de aviação se propôs.