O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou esta sexta-feira que, “a cada minuto que o poder da China cresce, aumenta a esperança na paz mundial”, reafirmando o compromisso do seu país com o “desenvolvimento pacífico”.

O líder chinês afirmou que a China “não seguirá o velho caminho da pilhagem colonial ou o caminho tortuoso da hegemonia quando o país é forte”, mas “seguirá o caminho correto do desenvolvimento pacífico”.

Em matéria de paz e segurança, a China tem o melhor historial de todas as grandes potências”, afirmou Xi, acrescentando que o país “tem-se esforçado por explorar as suas próprias vias para resolver questões mais prementes”.

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Citando a crise na Ucrânia, o conflito israelo-palestiniano, as questões relacionadas com a península coreana, o Irão, o Myanmar (antiga Birmânia) e o Afeganistão, Xi assegurou que a China “tem desempenhado um papel construtivo“.

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O Presidente chinês sublinhou o “multilateralismo genuíno“, que consiste na “elaboração e salvaguarda das regras internacionais por todos os países” e defendeu que “os assuntos mundiais devem ser tratados por todos os países através de consultas”, sem permitir que “quem tem o braço mais forte” se imponha.

A China defende que todos os países, independentemente da sua dimensão, força ou fraqueza, ricos ou pobres, são membros iguais da comunidade internacional; que devem partilhar interesses, direitos e responsabilidades nos assuntos internacionais; e que devem dar as mãos para enfrentar os desafios e alcançar a prosperidade comum”, afirmou o Presidente chinês.

Xi apelou também à “unidade e cooperação internacional para enfrentar os desafios globais” e reiterou “o empenho da China no desenvolvimento pacífico e na cooperação amigável com todas as nações”.

O Presidente chinês fez as declarações durante um discurso em Pequim para assinalar o 70.º aniversário dos chamados “Cinco Princípios da Coexistência Pacífica”, os princípios oficiais da diplomacia chinesa, que incluem o respeito mútuo pela soberania e integridade territorial, a não agressão, a não ingerência nos assuntos internos, a cooperação e a coexistência pacífica.

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O objetivo destes princípios é “proteger os interesses e as aspirações dos países pequenos e fracos num ambiente de política de poder“, de acordo com Xi, que acrescentou que são “claramente anti-imperialistas, anti-coloniais e anti-hegemónicos, abandonando a lei da selva do militarismo e da intimidação dos fracos pelos fortes e estabelecendo uma base ideológica importante para a promoção da ordem internacional numa direção mais justa”.

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Desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Pequim tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pelo direito à integridade territorial de todas as partes, em referência à Ucrânia, e às “legítimas preocupações de segurança” de todos os países, em referência à Rússia.

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Pequim também reiterou o seu apoio à “solução dos dois Estados” na Palestina e a sua “consternação” pelos ataques israelitas a civis em Gaza.

Funcionários chineses realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.