A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, disse nesta terça-feira em Coimbra que a pobreza assume em Portugal índices impróprios num país do primeiro mundo.
A pobreza é um problema real em Portugal que, aos níveis em que está, é dificilmente admissível num estado formalmente de primeiro mundo”, afirmou aos jornalistas.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social prestava declarações no final da sua intervenção na abertura do II Congresso Presente e Futuros(s) da Segurança Social, promovido pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC).
Assinalando que o Governo liderado por Luís Montenegro completa nesta terça-feira três meses em funções, recordou que as primeiras medidas do executivo na área social foram dirigidas “para os mais pobres dos pobres”.
“A Segurança Social tem futuro porque temos um pacto intergeracional que obriga a que tenha futuro”, assegurou a ministra, embora admitindo que “a sustentabilidade é um problema que tem de ser abordado”.
“Temos de ir lá por outras vias”, defendeu Rosário Palma Ramalho, o que, na sua opinião, permite afirmar que a Segurança Social “se calhar não tem futuro, tem futuros”, apesar de enfrentar dificuldades.
Garantir a sua sustentabilidade “passa por um conjunto de medidas diversas que permitem preencher algumas dificuldades”, adiantou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Antes, ao usar da palavra no grande auditório do Colégio da Trindade, salientou a importância de “compatibilizar as várias fontes possíveis” no financiamento da Segurança Social.
Por outro lado, Rosário Palma Ramalho chamou a atenção “para o fenómeno da pobreza” em Portugal, onde existem atualmente cerca de 2,1 milhões de pessoas em risco de pobreza, mesmo sendo contempladas pelos apoios de ordem social.
“Isto é terrível”, num país cuja taxa de risco de pobreza “recuou muito pouco” nas últimas décadas, sendo por isso “urgente que a Segurança Social torne a sua ação eficaz” nesta área.
Na sessão de abertura do congresso, que termina na quarta-feira, intervieram ainda o coordenador científico do programa, Licínio Lopes Martins, o presidente do Tribunal da Relação de Coimbra, João Manuel Loureiro, e o diretor da FDUC, Jónatas Machado, além de João Nuno Calvão da Silva, professor desta faculdade e vice-reitor da Universidade de Coimbra.