A Casa Branca negou esta quarta-feira as notícias na imprensa norte-americana de que o Presidente Joe Biden está a considerar se deve ou não permanecer na corrida às eleições presidenciais, em que enfrentará Donald Trump. A informação foi avançada na manhã desta quarta-feira pelo New York Times, que cita um aliado próximo de Joe Biden. No mesmo dia o próprio chefe de Estado veio garantir que ninguém o vai “empurrar para fora”.
Tudo começou com o artigo do New York Times que revela que o Presidente norte-americano terá dito a um aliado que poderá não conseguir salvar a sua candidatura depois do debate frente a Trump — que tem sido descrito como um desastre — se for incapaz de convencer os eleitores de que está apto para se manter na Casa Branca mais quatro anos.
A mesma fonte adiantou que os próximos eventos na agenda do Presidente — uma entrevista à ABC News e ações de campanha na Pensilvânia e Wisconsin — serão, por isso, essenciais. “Ele sabe que se tiver mais dois eventos assim, estaremos numa posição diferente” até ao final do fim de semana, revelou sob condição de anonimato. Já um conselheiro de topo de Joe Biden acrescentou que o líder norte-americano “está bem ciente dos desafios políticos que enfrenta”.
Ainda assim, várias fontes próximas de Biden sublinharam ao jornal que o Presidente continua na luta pelo seu futuro político, mas consciente do desafio que tem pela frente para convencer os eleitores e dadores, bem como a classe política de que a sua prestação no debate foi anormal.
Andrew Bates, porta-voz da Casa Branca, recorreu à rede social X (antigo Twitter) para negar as notícias sobre as dúvidas de Biden em manter-se na corrida. “A alegação é absolutamente falsa. Se o New York Times nos tivesse dado mais de sete minutos para comentar teríamos dito isso mesmo”, escreveu.
That claim is absolutely false. If the New York Times had provided us with more than 7 minutes to comment we would have told them so. https://t.co/SRTYIVTy7v
— Andrew Bates (@AndrewJBates46) July 3, 2024
Horas depois Karine Jean-Pierre, também porta-voz da Casa Branca, assegurou que o Presidente não está a considerar desistir da corrida. “Absolutamente não”, respondeu durante a habitual conferência de imprensa, acrescentando que está a avançar com a campanha. “Qualquer outra coisa que esteja a ser relatada é falsa (…) “, sublinhou. “Ele entende que é legítimo que as pessoas façam essa pergunta, mas não podemos esquecer seu balanço”, ao longo do último mandato, insistiu.
Já o Presidente norte-americano garantiu numa intervenção não programada numa reunião do Comité Nacional do Partido Democrata que não tenciona desistir da corrida presidencial. “Deixem-me dizer isto tão claramente quando possível: sou candidato, sou o líder do Partido Democrata. Ninguém me vai empurrar para fora. Não me vou embora. Estou nesta corrida até ao fim e vamos vencer”, afirmou, citado por fontes do partido democrata que estiveram na reunião virtual.
A prestação de Joe Biden no debate voltou a intensificar as dúvidas sobre a sua recandidatura. A sua intervenção deixou o Partido Democrata em “pânico” e a duvidar da escolha do atual líder como recandidato, segundo disseram várias fontes do partido à CNN. Da parte dos eleitores o pensamento é semelhante: 72% dizem que o Presidente norte-americano não deve concorrer a um segundo mandato, segundo um barómetro realizado pela CBS News e YouGov, após o debate.
Congressista democrata apela a que Biden abandone corrida presidencial
Já esta terça-feira à noite o congressista Lloyd Doggett tornou-se o primeiro legislador do Partido Democrata a pedir publicamente que Joe Biden renuncie à corrida à Casa Branca, argumentando que o desempenho do chefe de Estado no debate não conseguiu “defender efetivamente as suas muitas realizações”. “A minha decisão de tornar públicas essas fortes reservas não é feita levianamente, nem diminui de forma alguma o meu respeito por tudo o que o Presidente Biden conquistou”, afirmou.